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2.7.09

Gregor & The Millenium Bugs

Eu besouro,
Tu vespas,
Ele barata,

Nós formigamos,
Vós borboletais,
Eles moscam.

29.1.09

When the ship comes in (com tradução minha)

Rufus,

cá estou novamente impressionado com a genialidade desse tal Bob...

Vocês devem se lembrar de uma pequena história que a Joan Baez conta no No Direction Home. Quando eles chegaram num hotel na Europa, ela já uma cantora famosa e ele ainda um jovem desconhecido. O tal hotel recusou hospedagem a Dylan, pois ele não tinha feito reserva.

Segundo Joan, uma das coisas mais formidáveis em Bob, é a de criar canções grandiosas a partir de eventos banais, como este. Nesse dia, com uma "fúria criativa", ele compôs When the ship comes in. Fiquei de traduzi-la pra conferir, mas somente ontem o fiz. E é, incrivelmente bacana! Obviamente, que o navio que irá chegar é, nada mais, nada menos, do que ele próprio...

Procurei umas traduções na Rede, mas eram todas péssimas! Então, resolvi eu mesmo traduzir. Tomei umas liberdades, e tentei dar à letra um certo tom de Cântico Profético, que eu imagino foi o tom que ele quis dar a canção. Então lá vai...


When the ship comes in
Quando o Navio chegar


Oh the time will come up
Oh, chegará o tempo

When the winds will stop
Em que os ventos cessarão

And the breeze will cease to be breathin'.
E a brisa não mais irá soprar.

Like the stillness in the wind
Como a imobilidade dos ares

'Fore the hurricane begins,
que precede os furacões,

The hour when the ship comes in.
A hora da chegada do Navio.



Oh the seas will split
Oh, os mares se dividirão

And the ship will hit
E a Nave baterá

And the sands on the shoreline will be shaking.
E as areias da costa serão estremecidas.

Then the tide will sound
Então a onda ecoará

And the wind will pound
E o Vento chicoteará

And the morning will be breaking.
E a manhã estará chegando ao fim.



Oh the fishes will laugh
Oh, os peixes regozijar-se-ão

As they swim out of the path
Enquanto nadam abrindo caminho

And the seagulls they'll be smiling.
E as gaivtoas, elas estarão a sorrir.

And the rocks on the sand
E as pedras na areia

Will proudly stand,
Ficarão orgulhosamente de pé,

The hour that the ship comes in.
Na hora em que o Navio chegar.



And the words that are used
E as palavras que serão usadas,

For to get the ship confused
Para o Navio confundir

Will not be understood as they're spoken.
Não serão entendidas enquanto estiverem sendo proferidas.

For the chains of the sea
Pois as correntes que prendiam o Navio junto ao mar

Will have busted in the night
Terão se quebrado à noite

And will be buried at the bottom of the ocean.
E repousarão no fundo do oceano.



A song will lift
Uma canção se elevará

As the mainsail shifts
Enquanto as velas mudarem de direção

And the boat drifts on to the shoreline.
E o barco deslizar por sobre a costa.

And the sun will respect
E o Sol reverenciará

Every face on the deck,
Cada rosto no convés,

The hour that the ship comes in.
A hora em que o Navio chegar.


Then the sands will roll
Então as areias darão lugar

Out a carpet of gold
A um tapete de ouro.

For your weary toes to be a-touchin'.
Para seus dedões cansados poderem pisar.

And the ship's wise men
E os sábios do Navio

Will remind you once again
Lembrar-vos-ão mais uma vez

That the whole wide world is watchin'.
Que todo o Mundo está a vos vigiar.



Oh the foes will rise
Oh, os inimigos despertarão

With the sleep still in their eyes
Como o sono ainda em seus olhos

And they'll jerk from their beds and think they're dreamin'.
E pularão de suas camas e pensarão que estão sonhando.

But they'll pinch themselves and squeal
Mas logo irão se beliscar e gritar

And know that it's for real,
E saberão que aquilo é real,

The hour when the ship comes in.
A hora da vinda do Navio.



Then they'll raise their hands,
Então erguerão as suas mãos,

Sayin' we'll meet all your demands,
Dizendo atendemos todas as suas vontades,

But we'll shout from the bow your days are numbered!
Mas nós bradaremos da proa: seus dias estão contados!

And like Pharaoh's tribe,
E como a tribo do Faraó,

They'll be drownded in the tide,
Eles se afogarão em uma onda,

And like Goliath, they'll be conquered.
E como Golias, eles serão conquistados

10.1.09

With God On Our Side (1963)
Com Deus do Nosso Lado


Letra e Música: Bob Dylan



Oh my name it is nothin' my age it means less
Oh, meu nome não importa, minha idade, menos ainda

The country I come from is called the Midwest
O país de onde eu vim se chama Meio Oeste,

I's taught and brought up there the laws to abide

Lá eu fui ensinado e criado para as leis obedecer

And that land that I live in has God on its side
E esta terra em que vivo tem
Deus do seu lado

Oh the history books tell it they tell it so well
Oh, os livros de história contam, eles contam tão bem


The cavalries charged the Indians fell

Os ataques da cavalaria e os índios que caíram

The cavalries charged the Indians died
Os ataques da cavalaria e os índios que morreram


Oh the country was young with God on its side
Oh, o país era jovem com Deus do seu lado



Oh the Spanish-American War had its day
Oh, A Guerra Espanhola-Americana teve seu dia


And the Civil War too was soon laid away
E a Guerra Civil também logo se foi


And the names of the heroes I's made to memorize
E os nomes dos heróis fui obrigado a memorizar

With guns in their hands and God on their side
Com armas em suas mãos e Deus do seu lado


Oh the First World War, boys, it came and it went
Oh, A Primeira Guerra Mundial, rapazes, veio e se foi

The reason for fighting I never got straight

A razão para lutar, eu nunca entendi

But I learned to accept it accept it with pride
Mas aprendi a aceitá-la e aceitá-la com orgulho

For you don't count the dead

Pois não se contam os mortos

When God's on your side
Quando Deus está do seu lado


The Second World War came to an end
A Segunda Guerra chegou a seu fim

We forgave the Germans and we were friends
Perdoamos os alemães e nos tornamos amigos


Though they murdered six million
Embora eles tenham matado seis milhões


In the ovens they fried
Nos fornos, eles fritaram,

The Germans now too have God on their side
Os alemães agora também têm Deus ao seu lado


I've learned to hate Russians
Fui ensinado a odiar os russos

All through my whole life
Por toda minha vida


If another war comes it's them we must fight
Se outra guerra começar, são eles que iremos enfrentar

To hate them and fear them to run and to hide
Para odiá-los e temê-los, para correr e se esconder,

And accept it all bravely with God on my side
E aceitar tudo bravamente, com Deus ao meu lado



But now we got weapons of the chemical dust
Mas agora temos armas de poeira química

If fire them we're forced to then fire them we must
Se obrigados a atirá-las, então atirá-las devemos


One push of the button and a shot the world wide
Um apertar de botão, e explode-se o mundo inteiro

And you never ask questions

E você nunca faz perguntas,

When God's on your side
Quando Deus está do seu lado


Trough many dark hour I've been thinkin' about this
Na hora da escuridão, ando pensando sobre isso:

That Jesus Christ was betrayed by a kiss
Que Jesus Cristo foi traído por um beijo


But I can't think for you, you'll have to decide
Mas não posso pensar por você, é você que precisa decidir:


Whether Judas Iscariot had God on his side

Se Judas Iscariotes tinha Deus do seu lado



So now as I'm leavin'
Então, estou indo agora,

I'm weary as Hell
(porque) estou cansado pra diabos.

The confusion I'm feelin' ain't no tongue can tell
A confusão que sinto, nenhuma língua conseguiria descrever


The words fill my head and fall to the floor
As palavras enchem minha cabeça e se derramam sobre o chão:

If God's on our side he'll stop the next war
Se Deus está do nosso lado, ele impedirá a próxima guerra







14.2.08

We're just kids

I wanna keep that ant above our fingers forever.
And laugh, and laugh, and laugh, and laugh...

20.4.07

Piscar de Olhos

Minha mente vacila,
nega, duvida...
Envolta em si:
nada alcança, nada sabe.

Meus pés me levam
a caminhos e veredas
que me trazem de novo
a este vazio.

Minha boca age
em silêncio.
Murmura frases cortadas,
palavras incompreensíveis.

Em meus ouvidos,
um canto esquecido,
um som imaginário,
uma canção que ainda não surgiu.

Sinto aromas longínquos.
Perfumes dissipados pelo tempo,
mas não pela memória.

Meus olhos buscam
a forma ideal,
o gesto perfeito,
uma luz improvável e sublime.

O coração pulsa lancinante.
Sem bem saber porquê,
nem por quanto tempo.

Mas daí você me aparece
e resolve tudo isso assim:
num piscar de olhos!...

19.4.07

Segue em Paz

Quando uma dia quiseres partir,
não deixes que o silêncio
anuncie isto por ti.

Os teus olhos já sentenciam
a vontade iminente.
E o coração sufocado em lamentos,
por não quereres ferir-me.

Mas quanto tempo levei
para perceber das tuas intenções!
Tantas indas e vindas!
Tua angústia postergada;
minhas interrogações multiplicadas...

Saiba, senhora, que
se a palavra fere,
também apazigua.
E se te calas, isto
não subtrai o teu penar.
Pelo contrário, afia-lhe mais
a impiedosa lâmina.

Não te preocupes, portanto.
Meu coração está vazio...
Apesar dos teus encantos,
tu jamais o preencheste.
Pois também eu, desde o princípio,
soube que era efêmera esta chama.

Falo-te, antes por apreço
que por necessidade:
Cede ao ímpeto dos teus pés,
que já apontam para outro Norte.
Nada me deves, a não ser
tua verdade errante e leve.

17.1.07

Vertiginosamente verdes, meus dias caíram em seus olhos (ou Viva a Heróica Resistência Iraquiana!)

Noites mal dormidas. Aliás, noites não dormidas. Perambulando pelos bares, conversando com as pessoas. Garrafas vazias, copos cheios. (Ô Fê, mais uma!)... Encontros, afinidades, coincidências, discussões, desafios, listas, poesias, canções, rosas... Novas e eternas amizades. Amores talvez. Mandruvás às avessas. Chatos convictos. Dançando Yeah Yeah Yeahs. Esperando Brechts. Venerando Fuchs e defendendo os nossos jilós... Chuvas de verão temperando as nossas descobertas... Dias frenéticos, alucinantes. E os corpos plásticos e obtusos resistem à queda..
I wanna be Sal Paradise to ride and ride and ride for ever and ever...

28.7.06

Tuareg

Que preço pagamos por vomitarmos com coragem as nossas verdades?
Que preço pagamos por desnudarmos o amor que nos mantém vivos?
Que preço pagamos pela vileza de torturarmos o outro, colocando-o diante de um espelho?
Que preço pagamos por sabotarmos o lugar-comum da impossibilidade?

Vagamos altivos pelos desertos da incompreensão.
Como tuaregues urbanos.
E resistimos, resistimos, resistimos...
como nos é peculiar.
Para que possamos incomodar por mais um pouco os vossos espíritos tacanhos.
Para a glória do amor.

5.6.06

Delta Negro

Desebarcamos numa curva em meio à penumbra.
No velho umbral cada um lia o seu próprio nome.
Os cães, famintos e sedutores, nos aguardavam.
Como se aquele momento estivesse marcado há séculos.

Deleitamo-nos com o precioso líquido, enquanto
a matilha lambia o chão à queda de cada gotícula
que escapava de nossas taças.

O carcamano que me acompanhava
encontra o seu caminho dentro de uma orelha.
E um tomate bêbado o segue.

Na volta, um canário tenta iludí-los.
Mas o seu canto não é de pássaro.
E revela-se o animal rastejante.

Eu, do alto de minha indiferença,
[Medo? Inocência?] apenas observo.
Entorpeço-me like a Wander Wildner,
e costuro o caminho da volta
com os cães à nossa espreita...

1.6.06

Crônica de uma noite em fuga

De um guardanapo desdobra-se um mundo
de sorrisos hipnóticos e palavras etéreas.
Um isqueiro vermelho acende
a chama da loucura em dois guardiões solitários.
Pelas vielas, conduzem um princesa
em fuga de seu castelo, deles próprios, de si mesma.

Mas entre folhas e drops, tudo se perde.
Um beijo, um olhar.
Nada é permanente em sua ânsia insólita.

Um cavalo negro surge: escudo para a boa vontade.
E uma nova noite nasce de dentro da noite..
Dois guardiões derrotados em uma fuga sutil fazem resignados o seu nobre retorno.
Flores. Sonhos. Enganos. Reminiscências eternas.