11.10.14

Dias Estranhos

Os últimos dias em BH têm sido muito estranhos. Apesar do céu sem nuvens e do Sol intenso, as temperaturas têm variado bastante. Uns dias de calor sufocante e outros de frio inexplicável! E ventos fortes! Muitos ventos! Daqueles que uivam...
Não sei se por coincidência, mas também tenho me sentido assim: meio estranho. Meus humores mudam a cada instante! E cada dia tem sido uma surpresa, pois posso acordar estupidamente feliz, ou, com preocupações tantas, que me deixam cheio de dores pelo corpo... Também houve dias de paz profunda e outros de melancolia...
Tenho tido palpitações e arrepios fora de hora. Minhas mãos gelam. E meus olhos, de repente, se enchem d´água!... E não pára por aí: meu apetite mudou. Perdi alguns quilos. E a minha gastrite ainda me castiga... Em compensação, virei um camelo, de tanta água que ando bebendo!... Larguei um pouco do café (que tanto mal vinha me causando). Mas, nessa semana, viciei em chiclete (Pena que não tenho encontrado mais do chiclete turco)...
Tento me distrair com filmes, TV, livros, Internet. Mas tudo me entedia!... Só a música tem me distraído um pouco...
Talvez esse turbilhão de sensações tenha alguma explicação. Talvez não. Tento não dar uma importância exagerada a essas "crises de humor". Creio que deva ser uma daquelas fases que todos nós, eventualmente, possamos passar por ela.
Penso mais em viver cada sensação, por mais inusitada que me pareça... E extrair dela algo que me valha. Que possa dar algum sentido a tudo isso...
Agora entram as férias. E mais uma bela viagem pela frente para curtir!... É possível que tudo se apazigue.
Não que eu ache ruim estas coisas que andam me ocorrendo. Só me sinto mesmo muito estranho!... Porém, como já disse, estou tentando viver esses dias da melhor maneira possível. E quando eles passarem, provavelmente ficarão guardados na memória. Espero, com fé em Jah, que seja pelos melhores motivos.

7.10.14

Desilusão

Acho que perdi o fio da meada. E não sei se o recupero...

8.1.11

Filosofia e Ação

Há algum tempo anotei uma idéia em minha agenda que fiquei de desenvolver posteriormente. Mas que, pela minha excepcional memória, somente fui rever agora, no fim do ano passado. Há tempo de me desfazer dos “entulhos” de 2010 e de anos anteriores...

Foi bom perceber que a tal idéia ainda me parece razoável. E que, de fato, estive num momento inspirado. Ainda que não haja nada de novo na sua essência, encontrar um forma própria de exprimir um determinado conceito é/foi uma coisa bastante prazerosa. E acho que, sob determinado ponto de vista, o clichê do “pensar por conta própria” também tem esse aspecto de linguagem e expressão.

Bem, devo dizer também que, com certeza, essa idéia já deve ter sido beeeeem melhor examinada por muitos filósofos e que, por mais simples que possa parecer, é fruto dos meus 30 anos de "viagens”...

Então, chega de enrolação! Vamos a ela:

“O ‘pensar’ da Filosofia não é um pensar por prazer. Não é um pensar por pensar. O ‘pensar filosófico’ sempre tem um fim. E este fim (indecifrável para muitos) é, quase sempre, em relação a um fato, a uma ação específica... O ‘pensar filosófico’ atua principalmente sobre a sua própria ação; sobre a ação daquele que pensa... O ‘pensar filosófico’ é um instrumento que aprimora a(s) sua(s) ação(ções) sobre o mundo. Em outras palavras, por mais inverossímil que isso possa parecer aos que preferem desdenhá-la ou ignorá-la, A FILOSOFIA É AÇÃO! E É AÇÃO QUE TRANSFORMA.”

31.12.10

Pressing On

Último dia do ano. Não há como não pensar nas coisas que a gente realizou (e nas que a gente deixou de realizar)...

De uma maneira geral, foi um ano bastante bom. Muita coisa aconteceu (externa e internamente comigo). E o que achei (e acho) mais importante, foi poder aprender com cada momento.

Houve, sim, alguns percalços. Alguns já esperados. Outros foram surpresas muito pouco agradáveis. Mas muita coisa bacana também aconteceu. E o resultado, no fim das contas, foi bastante positivo para mim.

Acho que o que ficou, depois de um começo de ano com enormes expectativas, e a maioria delas não realizadas, é que eu preciso conhecer e respeitar o tempo das coisas. Não dá pra fazer as coisas no atropelo e, muito menos, ficar esperando em berço esplêndido... O problema é que dificilmente os planos saem do jeito que a gente quer, e no tempo que a gente imaginou...

Aprendi que não adianta eu querer recuperar um tempo perdido. Não vou, por mais que me esforce, atingir alvos que já ficaram para trás. Justamente porque eles já ficaram para trás!... É preciso nos perdoarmos pelas toneladas de "moscas comidas" durante a nossa juventude. Porque todos temos limites e o "Tudo ao Mesmo Tempo Agora" é mais uma intenção (e um nome bacaninha para letra de música) do que um negócio realmente factível... Enfim, é preciso perseverar... E olhar para frente...

Uma descoberta bacana foi de perceber que a minha capacidade para lidar com os meus próprios problemas está se desenvolvendo. Isto é, falo da minha capacidade racional de examinar uma questão e aplicar o resultado da conclusão para a solução de meus lances cotidianos. Isso está sendo bem legal!... Só que o lado psicológico ainda é uma grande dor de cabeça. Minhas "neuras" tem me comprometido um bocado nesses anos todos. Mas elas já não me dominam tanto quanto em tempos passados. Acontece que agora eu estou, vanzolinamente, dando a volta por cima. Há ainda, é certo, muitas vitórias a conquistar. Mas o ciclo de auto-reclusão parece estar chegando ao fim.

2011 será um ano de muita atenção, trabalho e persistência. Com bastante fé e sem muitos desvios ou ilusões, tem tudo pra ser um período de muitas conquistas. Oxalá! Oxalá!...

Jah never let us down.

24.7.10

Livro: Like a Rolling Stone - Bob Dylan na Encruzilhada


Estou lendo o livro "Like a Rolling Stone - Bob Dylan na Encruzilhada" de Greil Marcus, lançado pela Cia da Letras. O livro disseca esta canção, considerada, até pelo próprio Dylan, como a sua grande obra-prima. Assim como, também, e principalmente, explica todo o contexto que a cercou antes e depois de seu lançamento em 1965. Achei a tradução (de Celso Paciornik) meio estranha. Alguns trechos não se encaixam muito bem, estilisticamente falando. Mas o conteúdo é interessantíssimo e, para quem é fã do "Robertão" de Hibbing é, realmente, imperdível!

11.2.10

Por que o contato com a ficção é tão importante?

"Os livros acumulam a sabedoria que os povos de toda a Terra adquiriram ao longo dos séculos. É improvável que a minha vida individual, em tão poucos anos, possa ter tanta riqueza quanto a soma de vidas representadas pelos livros. Não se trata de substituir a experiência pela literatura, mas multiplicar uma pela outra. Não lemos para nos tornar especialistas em teoria literária, mas para aprender mais sobre a existência humana. Quando lemos, nos tornamos antes de qualquer coisa especialistas em vida. Adquirimos uma riqueza que não está apenas no acesso às idéias, mas também no conhecimento do ser humano em toda a sua diversidade."

Tzvetan Todorov, filósofo búlgaro, em entrevista à Bravo! deste mês.

28.1.10

Um universo no quintal

Quase concluindo o Grande Sertão: Veredas.

É a primeira vez que sinto uma estranheza por uma coisa ser próxima a mim. A gente viaja em leituras e descobre mundos distantes, mas quando vem um cara como o Rosa e fala dum mundo que é nosso (Eu sou de lá: do sertão. Ou, daqui do sertão. Como queiram..), a gente dá uma baqueada, sabe...

A grandeza do Rosa, do Riobaldo, das Gerais, da língua... Tudo é grande! É um encontro com algo que já conhecemos. É como descobrir um universo no quintal de casa... E que, por tabela, faz a gente descobrir nossas próprias imensidões... Como diria o Riobaldo: "O sertão é dentro da gente."

17.12.09

As Melhores Faixas de 2009 (segundo o Ogro)




1. Always Like This - Bombay Bycicle Club

2. Cult Logic - Miike Snow

3. Two Weeks - Grizzly Bear

4. Comets - Fanfarlo

5. Auditorium - Mos Def

6. Cold Spring - Cymbals Eat Guitars

7. Lisztomania - Phoenix

8. Dragon's Lair - Sunset Rubdown

9. Combination Pizza Hut and Tacco Bell - Das Racist

10. Red Tide - Neko Case

29.9.09

Setembro


Poxa, ando bem ocupado ultimamente! Não gosto de ficar muito tempo sem postar, mas é que, realmente, não tem me sobrado muito tempo... Tanto no trabalho, quanto em casa, quanto fora, este mês foi bastante agitado.

De bom, posso dizer que tenho me divertido, que tenho aprendido muito, que estou cada vez mais animado com as novas perspectivas que estão surgindo, e que, por fim, sinto que sou, de fato, uma nova pessoa.

Viagem, cinema, festivais, museus, leituras... Setembro foi bastante prolífico! E tudo me enriqueceu, de alguma forma... Primeiro, Diamantina. Cidade da minha mãe, e que eu só pude conhecer agora, na companhia de ma chérie. Fez-me muito bem. Também vi alguns filmes bacanas, destacando aqui Up - Altas Aventuras, que, pra ficar no óbvio, é lindo! E Down By Law, do Jarmusch, que é um filme com aquela estranheza e aquele humor típicos dele mesmo...

E muito jazz! Primeiro em Ouro Preto, onde ouvi a voz encantadora de Madeleine Peyroux, acompanhada da surpreendente Mart'nália. Show que, infelizmente, foi um pouco prejudicado pelo som, que estava muito baixo.. E, em seguida, no Festival I Love Jazz, aqui em BH, onde os ritmos tradicionais dos anos 20, 30 e 40 tomaram conta. E foi muito muito bom!

Ainda, três exposições imperdíveis: Vik Muniz, no Museu Inimá de Paula. E Marc Chagall e Rodin, simultaneamente, na Casa Fiat. Arte de primeira, daquelas que deixam a gente maravilhado, com o espírito elevado e a cabeça a mil!...

Além da retomada das leituras, que me deixou muito satisfeito... Dois livros concluídos: A Desobediência Civil e Outros Escritos de Henry Thoreau, que me fez pensar como pode um país como os EUA produzir um cara tão avesso ao american way of life, que eles tanto prezam, e ainda assim ser considerado um clássico? E depois, O Som e A Fúria, de Faulkner, que é aquela coisa, ao mesmo tempo, simples demais e complexa demais. Um livro para se aprofundar no futuro. Mas que é de uma beleza, assim, indefinível...

Por fim, a eminência da coisa coisando... em mim... e que é, no frigir dos ovos, o que está havendo de mais significativo nessa brincadeira toda... Vamos seguindo então, rumo à vida plena...

Ao futuro!

28.8.09

Faulkner e seus meandros

Primeiro li Palmeiras Selvagens. Agora estou lendo O Som e A Fúria. Mas ainda estou por descobrir os caminhos de Faulkner. Aparentemente, a leitura não é complicada. Ele não usa um vocabulário muito empolado. Só que a simplicidade pára por aí. A estrutura do texto te entorta inteirinho! Os meandros de Faulkner são meio inextrincáveis. Os acontecimentos se misturam sem uma ordem muito clara. É uma literatura líquida, sabe...

As histórias parecem corriqueiras. Mas só parecem. Você sabe que ele não põe uma vírgula gratuitamente. E a gente fica numa tentativa de desvendar o que há por trás de cada diálogo, de cada fato ou fatalidade... Sabe quando nos perguntamos assim: “Por que Deus permite que esse tipo de coisa aconteça?”. Com Faulkner seria: “Por que ele permite que eu saiba esses pormenores e esconde outros?” No fim, fica a mesma sensação com ambos: o que esse cara está tentando me dizer???

Acredito que quando eu chegar lá, pode ser uma grande revelação. Acho que o grande barato de Faulkner era botar essa pulga atrás da orelha de cada leitor. Deixar ele inquieto. Desconfiado. Como se quisesse mostrar que as aparências sempre, sempre, sempre enganam. E que há algo misteriosamente maior por trás de cada banal acontecimento.