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28.1.07

Videomaker

Um dia Mr. Roncs decidiu que entraria para o Guiness Book, o Livro dos Recordes. Planejou tudo com 6 meses de antecedência. Convenceu uma boa amiga a servir de testemunha e filmar tudo. Pesquisou em obras técnicas, informou-se com especialistas (que evidentemente desaconselharam a infame tentativa). Adquiriu materiais diversos: vídeos, revistas e até mesmo um gel massageador refrescante. Antes de tudo, porém, absteve-se da prática manual (ou de qualquer outra relacionada) por sete torturantes semanas.

Chegado o dia D, Mr. Roncs não se abalou quando a sua boa amiga ligou avisando de um compromisso de última hora. Fez as vezes de produtor, diretor, câmera man e ator de seu próprio filme. Lembrou-se de Vincent Gallo em Buffalo 66... Entretanto, esse acúmulo de tarefas lhe custou um sacrifício enorme, pois tinha sempre de concentrar-se em pelo menos duas coisas ao mesmo tempo... Tentou relaxar cantarolando hits do Odair José. E nos ápices de excitação enchia o peito e bradava, emulando a Internacional Socialista... As mãos sempre funcionando: poucas vezes se sentiu tão hábil na vida!
...E as horas passando... Dores. Cansaço. Fome... Mr. Roncs pensou em desistir. Mas havia um recorde a ser batido... Algum tempo depois, veio o seu quinto êxtase da noite ao imaginar que, ao término da sessão, degustaria um “exótico” yakisoba do China in Box.

Por fim, ao cabo de algumas horas trancado em seu quitinete, Mr. Roncs descobriu que o equipamento de gravação não estava efetivamente gravando... Divagou por alguns minutos... E percebeu então que não iria entrar para o Livro dos Recordes. Mais que isso: não tinha conseguido nada além de ficar putamente exausto, incrivelmente esfolado e inexoravelmente deprimido.

3.11.06

Mr. Roncs e a pobre rima

Mr. Roncs, naquelas cópulas mornas de fim de noite, tinha uma vontade enorme de aplicar-lhe singelos tapas. Não o fazia por receio de assustar a nobre garota. Ficava sempre de indagá-la previamente, mas faltava-lhe o desprendimento para tal iniciativa. Ao menos, Mr. Roncs já sabia que os seus sentidos eram suficientemente evoluídos para a banalizada prática, visto que tinha o saudável hábito de assim divertir-se com as pagas.

Contudo, não o fazia com a nobre garota. Com ela era diferente. Mr. Roncs supunha que essa precaução pudesse nominar-se Amor, mas ainda estava um pouco confuso quanto a isso. Certamente não lhe ocorreu que unir Amor e Dor era o óbvio do óbvio nas canções populares que ele tanto apreciava.

1.11.06

Mr. Roncs e os azulejos

Certa vez Mr. Roncs lera que Marcelo, quando menino, deleitava-se em lamber azulejos. Ficou encucado com aquilo. Detinha-se no meio de uma conversa para pensar na textura, na forma, nas dimensões, na temperatura de um azulejo ao toque da língua. Imaginava o rastro de saliva deixada por Marcelo formando ideogramas, ele pegando uma escada para experimentar cada quadradinho daqueles. E deu risadas ao pensar na possibilidade do garoto ter sujado os degraus do equipamento se masturbando... Mas depois lembrou-se que de outra vez havia também lido ser Marcelo contra a ejaculação. Dizia que era um negócio totalmente anti-erótico. Mr. Roncs não soube inferir se essas já eram concepções do Ele Lírico à época dos azulejos lambidos.

Antes de digredir para outras searas, no entanto, Mr. Roncs julgou, considerando a sua peculiar condição, que não teria o desprendimento, tampouco a evolução dos sentidos para dedicar-se a este recreio que Marcelo tão saudosamente registrou em suas preciosas anotações.

30.10.06

Mr. Roncs & The Golden Shower

Há momentos em que penso existirem coisas mais absurdamente prazerosas do que o sexo. Por exemplo? Num bar, com os amigos, tome uma boa, uma grande quantidade de cerveja e segure o máximo possível antes de ir ao mictório. Se você for um cara realmente bravo e resistir até o último momento, na hora do jorro sentirá uma baita dor nos rins de tanto acúmulo! Vai dar vontade de gritar, de urrar, de grunhir... Mas após essa etapa inicial, o alívio será tão intenso, mas tão intenso que não haverá nada no Mundo que pague...
[E quem nunca pensou nisso, que atire a primeira garrafa!...]
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Ai!!! Quem foi o fedaputa que jogou isso aqui?!... Tá sangrando, ai!...
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Bem, vamos em frente... Quanto à prática indicada na epígrafe deste post, ainda não cheguei a tamanho desprendimento e evolução dos sentidos. Foi mais para chamar a atenção dos incautos leitores. As minhas perversidades se extendem para outros domínios...