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22.9.07

Diálogos Virtuais do Ogro: Tarantino´s Mind

Ogro diz:
Oi.

Artemis diz:
Tô assistindo: http://www.youtube.com/watch?v=hY4n6DPIx_4

Artemis diz:
Mas o farsante do Seu Jorge não me convence!...

Ogro diz:
Nem a mim... apesar de eu ter gostado do Farofa Carioca na época...

Artemis diz:
ahhhhhrrrggghhh

Ogro diz:
Seu Jorge, Ana Carolina, Vanessa da Mata... é produto pra classe média pseudo-antenada...

Artemis diz:
Céu ....

Ogro diz:
Céu se apresentou aqui ontem... Um amigo meu me chamou... Preferi vir pra casa..

Artemis diz:
Eu acho que ela pelo menos é interessante musicalmente ... Mas só o fato de fazer cover do Chico Buarque já faz ela perder muuuuitos pontos ...

Ogro diz:
Chico virou Deus... Mas, felizmente, ainda há ateus nesse Brasilzão!...

Artemis diz:
Nem acho que o problema seja ele ... É mais essa idéia de culto ao cara, de todo mundo novo que aparece ir lá e tomar a benção dessa gente velha ...

Ogro diz:
Sim... os deuses são deuses, a despeito de seus fiéis.

Artemis diz:
Tem uma banda nova legal que chama ecos falsos ... É uma banda de indie rock, não tem nada de ‘brasileiro’ no som deles ... Mas eles chamaram o Tom Zé pra participar do disco ... E é o Tom Zé que chama atenção... Isso é ridículo!

Ogro diz:
Tom Zé é o ícone maior dos “pseudo-antenados”... Midiaticamente falando, é claro...

(...)

(...)

(...)

Ogro diz:
Será que é tudo mesmo um só filme?

Artemis diz:
O quê?

Ogro diz:
...a teoria do Selton Mello.....os mesmos personagens e tal..

Artemis diz:
Tem a ver ....

Pode ser que sim... Só sei que o cara é inteligente o suficiente, então ...

Ogro diz:
E o que acha do Selton Mello?

Artemis diz:
Eu gosto do Seltinho...

O cara é bom ator ... Apesar de ele estar sempre com o mesmo cabelo e a mesma barba, independente do personagem, o cara te convence ...

Aliás, perto dele, o Seu Jorge fica ainda mais obviamente farsante...

Ogro diz:
Hehehe.

19.4.07

Segue em Paz

Quando uma dia quiseres partir,
não deixes que o silêncio
anuncie isto por ti.

Os teus olhos já sentenciam
a vontade iminente.
E o coração sufocado em lamentos,
por não quereres ferir-me.

Mas quanto tempo levei
para perceber das tuas intenções!
Tantas indas e vindas!
Tua angústia postergada;
minhas interrogações multiplicadas...

Saiba, senhora, que
se a palavra fere,
também apazigua.
E se te calas, isto
não subtrai o teu penar.
Pelo contrário, afia-lhe mais
a impiedosa lâmina.

Não te preocupes, portanto.
Meu coração está vazio...
Apesar dos teus encantos,
tu jamais o preencheste.
Pois também eu, desde o princípio,
soube que era efêmera esta chama.

Falo-te, antes por apreço
que por necessidade:
Cede ao ímpeto dos teus pés,
que já apontam para outro Norte.
Nada me deves, a não ser
tua verdade errante e leve.

18.9.06

Joker Man

A despeito de um comentário irônico que fiz outro dia, causando uma certa exacerbação, travei este diálogo com Lili Marlene, principiando por dizer-lhe que, obviamente, aquela afirmação era em tom de brincadeira. Entretanto, Lili Marlene, com todo aquele jeito Lili Marlene de ser, tenta então me implicar no crime de Ato Falho:

Lili Marlene: "É, mas toda brincadeira tem um fundo de verdade..."

Ogro: "Você acha mesmo?"

Lili Marlene: "Claro! A pessoa fala brincando, mas tem uma verdade por trás do que ela disse."

Ogro: "É, pode ser. Mas é uma verdade que ela nega, porque ri daquilo."

Lili Marlene: "Como assim?"

Ogro: "Se alguém brinca com algo que em tese seria verdade é porque já a superou. Era alguma coisa que valia para esta pessoa, mas que já não vale mais. Então, ela é capaz de brincar com aquela verdade."

Lili Marlene: "É, acho que tem razão. Talvez seja uma verdade que a gente nega..."

Ogro: "Acho que mais superada do que negada. Era verdade, mas deixou de ser. E talvez deixe mesmo de ser no exato momento em que rimos dela."

Diante de tanta perspicácia, Lili Marlene desconversa resignadamente [ou resigna-se desconversadamente] mudando de assunto...

17.6.06

A Ponte

O meu primeiro porre foi na República da Biogênese. Este nome foi em homenagem ao meu primeiro vômito de porre, que foi no carpete da escada que levava ao banheiro da casa. Entupi o bidê com vômito. Era um predinho antigo, porque hoje em dia as casas não têm mais bidês. Gostava de ir na república pois lá moravam umas garotas muito bonitas e simpáticas. Inclusive uma italianinha de olhos verdes chamada Daniela. Fiquei a fim dela. Mas a guria não me quis. Hoje dou total razão à Dani. Porque desde o dia em que a conheci [no dia do porre] até o dia em que ela voltou para a sua cidade, vomitar em seu carpete tinha sido o meu mais grandioso feito. Além disso, eu era meio esquisito: não tomava café, ia de bicicleta para a faculdade, era atleticano, meu melhor amigo tinha um camundongo de estimação chamado Cannabis e comia cajás em sala de aula. E ainda por cima, eu nunca tinha ido à praia, nem à zona. Mesmo fazendo parte da famigerada “turma do fundão”...

Dou razão a todas as garotas que não me quiseram [E não foram poucas]. Mesmo aquelas que nunca presenciaram as minhas espetaculares golfadas pelas noites montesclarenses.
Que fase terrível foi aquela!... Foi triste descobrir-se um fracassado aos vinte e poucos anos. Não tinha emprego [dinheiro nem se fala], não tinha carro, fazia um curso por inércia, sem a mínima perspectiva; amigos contava nos dedos de uma mão. E eles se sentiam tão ou mais fracassados do que eu. No girls, no fun... E percebi que não era um gênio de futuro brilhante, mas um cara medíocre, covarde e preguiçoso. Que trancou-se em seus próprios medos e virou um estúpido clown.

Porém, um dia ela fez tudo mudar. Tudo mudar! De uma hora para outra, eu não era mais eu. Mas um outro. A supresa desta guria era a minha surpresa. De onde vinha toda aquela avalanche de sensações e descobertas? Como uma pessoa é capaz de modificar tão profundamente a vida da outra com umas poucas palavras? Dali em diante eu pude enxergar a minha real potência. E essa potência se chamava amor...
E daí a liberdade. A luz. A verdade. O movimento. O delumbramento das infinitas possibilidades: era como sair de um casulo de onde só enxergava por uma pequena fresta.. Fez-se um homem do que antes era um verme.

Mas o engraçado foi que eu não soube como demonstrar toda essa minha nova energia para a tal garota. Eu me perdi na empolgação do amor e fiz da verdade [de amar] uma arma contra mim mesmo. É que o que imaginava ser verdade [e, portanto, um dever de se mostrar] na verdade era um engano. Naquele turbilhão, o meu erro foi amar demais [e falar demais, pois muito do que pensava ser sinceridade, para ela era puro tormento].

Hoje aprendi a conter-me um pouco mais. Descobri que devo utilizar-me de uma certa perspicácia para que seja possível que se realize a minha potência. É bom moderar se não o coração, pelo menos as palavras. Acredito que agora uso-as melhor a meu favor. E nisso tenho depositado toda a minha esperança para aplacar essa eterna ausência no peito. Que consome-nos, pobres inocentes, a doses mínimas e regulares.

12.6.06

Adiós Lounge

Descobri isso aqui por acaso, entrando em uns linquezinhos obscuros...
Lady Averbuck strikes again...

1.6.06

Crônica de uma noite em fuga

De um guardanapo desdobra-se um mundo
de sorrisos hipnóticos e palavras etéreas.
Um isqueiro vermelho acende
a chama da loucura em dois guardiões solitários.
Pelas vielas, conduzem um princesa
em fuga de seu castelo, deles próprios, de si mesma.

Mas entre folhas e drops, tudo se perde.
Um beijo, um olhar.
Nada é permanente em sua ânsia insólita.

Um cavalo negro surge: escudo para a boa vontade.
E uma nova noite nasce de dentro da noite..
Dois guardiões derrotados em uma fuga sutil fazem resignados o seu nobre retorno.
Flores. Sonhos. Enganos. Reminiscências eternas.