31.12.10

Pressing On

Último dia do ano. Não há como não pensar nas coisas que a gente realizou (e nas que a gente deixou de realizar)...

De uma maneira geral, foi um ano bastante bom. Muita coisa aconteceu (externa e internamente comigo). E o que achei (e acho) mais importante, foi poder aprender com cada momento.

Houve, sim, alguns percalços. Alguns já esperados. Outros foram surpresas muito pouco agradáveis. Mas muita coisa bacana também aconteceu. E o resultado, no fim das contas, foi bastante positivo para mim.

Acho que o que ficou, depois de um começo de ano com enormes expectativas, e a maioria delas não realizadas, é que eu preciso conhecer e respeitar o tempo das coisas. Não dá pra fazer as coisas no atropelo e, muito menos, ficar esperando em berço esplêndido... O problema é que dificilmente os planos saem do jeito que a gente quer, e no tempo que a gente imaginou...

Aprendi que não adianta eu querer recuperar um tempo perdido. Não vou, por mais que me esforce, atingir alvos que já ficaram para trás. Justamente porque eles já ficaram para trás!... É preciso nos perdoarmos pelas toneladas de "moscas comidas" durante a nossa juventude. Porque todos temos limites e o "Tudo ao Mesmo Tempo Agora" é mais uma intenção (e um nome bacaninha para letra de música) do que um negócio realmente factível... Enfim, é preciso perseverar... E olhar para frente...

Uma descoberta bacana foi de perceber que a minha capacidade para lidar com os meus próprios problemas está se desenvolvendo. Isto é, falo da minha capacidade racional de examinar uma questão e aplicar o resultado da conclusão para a solução de meus lances cotidianos. Isso está sendo bem legal!... Só que o lado psicológico ainda é uma grande dor de cabeça. Minhas "neuras" tem me comprometido um bocado nesses anos todos. Mas elas já não me dominam tanto quanto em tempos passados. Acontece que agora eu estou, vanzolinamente, dando a volta por cima. Há ainda, é certo, muitas vitórias a conquistar. Mas o ciclo de auto-reclusão parece estar chegando ao fim.

2011 será um ano de muita atenção, trabalho e persistência. Com bastante fé e sem muitos desvios ou ilusões, tem tudo pra ser um período de muitas conquistas. Oxalá! Oxalá!...

Jah never let us down.

24.7.10

Livro: Like a Rolling Stone - Bob Dylan na Encruzilhada


Estou lendo o livro "Like a Rolling Stone - Bob Dylan na Encruzilhada" de Greil Marcus, lançado pela Cia da Letras. O livro disseca esta canção, considerada, até pelo próprio Dylan, como a sua grande obra-prima. Assim como, também, e principalmente, explica todo o contexto que a cercou antes e depois de seu lançamento em 1965. Achei a tradução (de Celso Paciornik) meio estranha. Alguns trechos não se encaixam muito bem, estilisticamente falando. Mas o conteúdo é interessantíssimo e, para quem é fã do "Robertão" de Hibbing é, realmente, imperdível!

11.2.10

Por que o contato com a ficção é tão importante?

"Os livros acumulam a sabedoria que os povos de toda a Terra adquiriram ao longo dos séculos. É improvável que a minha vida individual, em tão poucos anos, possa ter tanta riqueza quanto a soma de vidas representadas pelos livros. Não se trata de substituir a experiência pela literatura, mas multiplicar uma pela outra. Não lemos para nos tornar especialistas em teoria literária, mas para aprender mais sobre a existência humana. Quando lemos, nos tornamos antes de qualquer coisa especialistas em vida. Adquirimos uma riqueza que não está apenas no acesso às idéias, mas também no conhecimento do ser humano em toda a sua diversidade."

Tzvetan Todorov, filósofo búlgaro, em entrevista à Bravo! deste mês.

28.1.10

Um universo no quintal

Quase concluindo o Grande Sertão: Veredas.

É a primeira vez que sinto uma estranheza por uma coisa ser próxima a mim. A gente viaja em leituras e descobre mundos distantes, mas quando vem um cara como o Rosa e fala dum mundo que é nosso (Eu sou de lá: do sertão. Ou, daqui do sertão. Como queiram..), a gente dá uma baqueada, sabe...

A grandeza do Rosa, do Riobaldo, das Gerais, da língua... Tudo é grande! É um encontro com algo que já conhecemos. É como descobrir um universo no quintal de casa... E que, por tabela, faz a gente descobrir nossas próprias imensidões... Como diria o Riobaldo: "O sertão é dentro da gente."