5.6.06

Delta Negro

Desebarcamos numa curva em meio à penumbra.
No velho umbral cada um lia o seu próprio nome.
Os cães, famintos e sedutores, nos aguardavam.
Como se aquele momento estivesse marcado há séculos.

Deleitamo-nos com o precioso líquido, enquanto
a matilha lambia o chão à queda de cada gotícula
que escapava de nossas taças.

O carcamano que me acompanhava
encontra o seu caminho dentro de uma orelha.
E um tomate bêbado o segue.

Na volta, um canário tenta iludí-los.
Mas o seu canto não é de pássaro.
E revela-se o animal rastejante.

Eu, do alto de minha indiferença,
[Medo? Inocência?] apenas observo.
Entorpeço-me like a Wander Wildner,
e costuro o caminho da volta
com os cães à nossa espreita...

3 comentários:

katine walmrath disse...

Oba!
Estou te lendo de novo!
Já vou te linkar.
Abração.

Mendelson disse...

You´re welcome, Kat!

Anônimo disse...

Greets to the webmaster of this wonderful site! Keep up the good work. Thanks.
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