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29.3.09

An Ogro Way

Eu tenho sentido uma vontade estranha de me isolar de tudo ultimamente. Estranha porque ando bastante feliz por esses últimos meses. As coisas estão caminhando, sob a proteção de Jah. E não há nada sério do que possa reclamar no momento. Mas, mesmo assim, a todo instante me vem uma voz que sopra em meus ouvidos que “A hora está chegando...”. E, com um aperto no peito, concordo com ela, num misto de medo e excitação.

De certa forma, já tenho me isolado aos pouquinhos. Consciente ou inconscientemente, ando voltado para dentro. Escavando perguntas, medos e contradições em meu espírito. Em busca de respostas, luzes e libertação...

É uma tarefa às vezes repugnante e, às vezes, sublime. As descobertas, quase sempre, surpreendentes, me dão mais força para revirar os meus escombros e sedimentos, em busca daquele velho e encardido espelho enterrado no dia de minha primeira morte.

Aos que me cercam e guardam em seu coração, peço que não se preocupem. Por mais léguas que caminhe, por mais mares que navegue, por mais desertos que atravesse, vocês sempre estarão comigo. Não sei por onde irei, só sei aonde quero chegar. E quando eu estiver lá, no cume da colina dourada, acenarei a todos, com o meu sorriso mais radiante e acolhedor e direi: “Este é meu último passo, e também o primeiro. A minha história começa aqui e agora...”

7.3.09

Conquistas

Recentemente tenho percebido que ando mais disciplinado para realizar as minhas coisas. É algo que persigo desde que me entendo por gente. Desde muito menino, já sabia que nenhuma conquista seria fruto do acaso. Nunca acreditei muito nessa história de “Destino”. O meu destino para mim é a minha vontade. Quanto mais determinado estiver a alcançar algo, sei que as possibilidades de chegar a este objetivo irão aumentar na mesma proporção.

Não sei explicar muito bem porque só agora venho conseguindo esta disciplina necessária. Tenho algumas teorias, mas não passam disso: teorias... O importante é que está acontecendo, finalmente. Espero que não seja uma animação passageira. Mas sinto-me disposto como nunca! E tenho certeza que, desta maneira, grandes vitórias poderão vir a surgir.

Já conquistei muitas coisas em minha vida. Coisas simples, que muita gente nem dá importância. Como, por exemplo, a oportunidade de me comunicar com as pessoas. Durante a maior parte da minha vida fui uma pessoa bastante fechada, introvertida. E, até hoje, ainda sou de falar pouco. Mas já não sinto grandes entraves em trocar uma idéia com quem quer que seja. Isso tem sido até um dos meus maiores prazeres ultimamente. Fico bastante feliz em saber que há muitas pessoas que me querem bem e se contentam com a minha companhia. Para quem passou toda a infância sem ter alguém com quem realmente pudesse se abrir, essa acolhida recente é uma maravilha!

Por essas, e por muitas outras, sou grato a todos os que me ajudaram e me ajudam no dia-a-dia. Espero retribuir da melhor maneira possível. Meu aprendizado foi lento, mas houveram pessoas que realmente se importaram comigo, e me fizeram dar importantes passos. À Jah, que ando sentindo cada vez mais presente, uma especial gratidão...

Acho que talvez seja a Fé a causa fundamental desta minha evolução. Refiro-me a Jah, mas não me importa qualquer doutrina. Não me importa um nome. E, possivelmente, nem importa que haja um personificação etérea para esta minha crença. Na verdade, eu creio em uma luz que há dentro de mim. E acredito também que esta luz é a mesma para todos. Cada um tem a luz dentro de si. Que ilumina o seu próprio caminho. E, estou cada dia mais certo de que ela brilha tão mais fortemente, quanto mais se tenha fé de que ela pode se manifestar em toda a sua plenitude dentro de cada um de nós.

27.2.09

Eu, andarilho

Sigo subindo pelas montanhas. O caminho é acidentado e íngreme. Por muito tempo me perdi olhando para o chão, para que não tropeçasse pelas pedras no caminho. Mas agora aprendi a olhar para o alto e a contemplar toda a paisagem à minha frente.

Ainda aprendo com o Sol, com as folhas, com as águas e com os pássaros. Eles serão os meus companheiros de viagem.

Há, por certo, muito caminho a percorrer. Porém, cada passo será lembrado, e cada alvorecer será compartilhado. Com a palavra em solene descanso e o coração folgado em êxtase.

Os ventos soprarão em meus ouvidos cânticos de glória. Os meus passos serão firmes. E estarei a assobiar velhas canções, sorrindo para as rochas e cada dia mais próximo da Luz.

29.1.09

When the ship comes in (com tradução minha)

Rufus,

cá estou novamente impressionado com a genialidade desse tal Bob...

Vocês devem se lembrar de uma pequena história que a Joan Baez conta no No Direction Home. Quando eles chegaram num hotel na Europa, ela já uma cantora famosa e ele ainda um jovem desconhecido. O tal hotel recusou hospedagem a Dylan, pois ele não tinha feito reserva.

Segundo Joan, uma das coisas mais formidáveis em Bob, é a de criar canções grandiosas a partir de eventos banais, como este. Nesse dia, com uma "fúria criativa", ele compôs When the ship comes in. Fiquei de traduzi-la pra conferir, mas somente ontem o fiz. E é, incrivelmente bacana! Obviamente, que o navio que irá chegar é, nada mais, nada menos, do que ele próprio...

Procurei umas traduções na Rede, mas eram todas péssimas! Então, resolvi eu mesmo traduzir. Tomei umas liberdades, e tentei dar à letra um certo tom de Cântico Profético, que eu imagino foi o tom que ele quis dar a canção. Então lá vai...


When the ship comes in
Quando o Navio chegar


Oh the time will come up
Oh, chegará o tempo

When the winds will stop
Em que os ventos cessarão

And the breeze will cease to be breathin'.
E a brisa não mais irá soprar.

Like the stillness in the wind
Como a imobilidade dos ares

'Fore the hurricane begins,
que precede os furacões,

The hour when the ship comes in.
A hora da chegada do Navio.



Oh the seas will split
Oh, os mares se dividirão

And the ship will hit
E a Nave baterá

And the sands on the shoreline will be shaking.
E as areias da costa serão estremecidas.

Then the tide will sound
Então a onda ecoará

And the wind will pound
E o Vento chicoteará

And the morning will be breaking.
E a manhã estará chegando ao fim.



Oh the fishes will laugh
Oh, os peixes regozijar-se-ão

As they swim out of the path
Enquanto nadam abrindo caminho

And the seagulls they'll be smiling.
E as gaivtoas, elas estarão a sorrir.

And the rocks on the sand
E as pedras na areia

Will proudly stand,
Ficarão orgulhosamente de pé,

The hour that the ship comes in.
Na hora em que o Navio chegar.



And the words that are used
E as palavras que serão usadas,

For to get the ship confused
Para o Navio confundir

Will not be understood as they're spoken.
Não serão entendidas enquanto estiverem sendo proferidas.

For the chains of the sea
Pois as correntes que prendiam o Navio junto ao mar

Will have busted in the night
Terão se quebrado à noite

And will be buried at the bottom of the ocean.
E repousarão no fundo do oceano.



A song will lift
Uma canção se elevará

As the mainsail shifts
Enquanto as velas mudarem de direção

And the boat drifts on to the shoreline.
E o barco deslizar por sobre a costa.

And the sun will respect
E o Sol reverenciará

Every face on the deck,
Cada rosto no convés,

The hour that the ship comes in.
A hora em que o Navio chegar.


Then the sands will roll
Então as areias darão lugar

Out a carpet of gold
A um tapete de ouro.

For your weary toes to be a-touchin'.
Para seus dedões cansados poderem pisar.

And the ship's wise men
E os sábios do Navio

Will remind you once again
Lembrar-vos-ão mais uma vez

That the whole wide world is watchin'.
Que todo o Mundo está a vos vigiar.



Oh the foes will rise
Oh, os inimigos despertarão

With the sleep still in their eyes
Como o sono ainda em seus olhos

And they'll jerk from their beds and think they're dreamin'.
E pularão de suas camas e pensarão que estão sonhando.

But they'll pinch themselves and squeal
Mas logo irão se beliscar e gritar

And know that it's for real,
E saberão que aquilo é real,

The hour when the ship comes in.
A hora da vinda do Navio.



Then they'll raise their hands,
Então erguerão as suas mãos,

Sayin' we'll meet all your demands,
Dizendo atendemos todas as suas vontades,

But we'll shout from the bow your days are numbered!
Mas nós bradaremos da proa: seus dias estão contados!

And like Pharaoh's tribe,
E como a tribo do Faraó,

They'll be drownded in the tide,
Eles se afogarão em uma onda,

And like Goliath, they'll be conquered.
E como Golias, eles serão conquistados

14.9.06

Eu sou mais eu

Esse textículo foi um comentário que eu fiz para um post do Eletrochoque [com link aí do lado] e achei por bem reproduzir [acrescentando algumas pequenas partes] para os meus outros [parcos] leitores assíduos que ainda não viraram também assíduos do blog do meu amigo Moisés. Eu diria que é sobre frustrações e transformações. Mas pode ser sobre outras milhares de coisas:

"Nunca tive dúvidas, na minha infância e adolescência, de que um dia eu seria um homem de sucesso [seja lá em que área fosse]. Mas daí eu fui crescendo e crescendo e me pergutando: -Mas que bosta de dia é esse que parece sempre tão distante?... E então eu comecei a me indagar se eu realmente era aquele gênio que eu pensava [e todo mundo concordava] que eu era... Hoje me vejo cada vez mais longe desse projeto que fazia para mim mesmo. Mas, ao mesmo tempo, vi que alcancei coisas, conhecimentos, idéias, sensações, intuições, capacidades que jamais pensei em ter. Ainda não sei se a minha inteligência é maior ou menor do que a das outras pessoas em geral. Acho que isso não importa muito mais. O que conta é chegar aonde eu possa chegar. Não quero ser nem mais, nem menos do que eu mesmo. O diabo é que a cada dia sou um eu diferente, me entorto, me transfiguro.. De repente, brotam outros eus de dentro de mim! E me espanto. E me reconheço. E fico querendo mais [olha a incoerência aí de novo]. Contudo, me sinto melhor agora. Eu sou mais eu [matematicamente falando].

Ave cerva!"

28.7.06

Tuareg

Que preço pagamos por vomitarmos com coragem as nossas verdades?
Que preço pagamos por desnudarmos o amor que nos mantém vivos?
Que preço pagamos pela vileza de torturarmos o outro, colocando-o diante de um espelho?
Que preço pagamos por sabotarmos o lugar-comum da impossibilidade?

Vagamos altivos pelos desertos da incompreensão.
Como tuaregues urbanos.
E resistimos, resistimos, resistimos...
como nos é peculiar.
Para que possamos incomodar por mais um pouco os vossos espíritos tacanhos.
Para a glória do amor.