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8.1.11

Filosofia e Ação

Há algum tempo anotei uma idéia em minha agenda que fiquei de desenvolver posteriormente. Mas que, pela minha excepcional memória, somente fui rever agora, no fim do ano passado. Há tempo de me desfazer dos “entulhos” de 2010 e de anos anteriores...

Foi bom perceber que a tal idéia ainda me parece razoável. E que, de fato, estive num momento inspirado. Ainda que não haja nada de novo na sua essência, encontrar um forma própria de exprimir um determinado conceito é/foi uma coisa bastante prazerosa. E acho que, sob determinado ponto de vista, o clichê do “pensar por conta própria” também tem esse aspecto de linguagem e expressão.

Bem, devo dizer também que, com certeza, essa idéia já deve ter sido beeeeem melhor examinada por muitos filósofos e que, por mais simples que possa parecer, é fruto dos meus 30 anos de "viagens”...

Então, chega de enrolação! Vamos a ela:

“O ‘pensar’ da Filosofia não é um pensar por prazer. Não é um pensar por pensar. O ‘pensar filosófico’ sempre tem um fim. E este fim (indecifrável para muitos) é, quase sempre, em relação a um fato, a uma ação específica... O ‘pensar filosófico’ atua principalmente sobre a sua própria ação; sobre a ação daquele que pensa... O ‘pensar filosófico’ é um instrumento que aprimora a(s) sua(s) ação(ções) sobre o mundo. Em outras palavras, por mais inverossímil que isso possa parecer aos que preferem desdenhá-la ou ignorá-la, A FILOSOFIA É AÇÃO! E É AÇÃO QUE TRANSFORMA.”

10.7.09

Sem Dono

Frequentemente, a gente usa umas palavras meio inadequadas para expressar as nossas idéias. O que gera, com certeza, muitos mal-entendidos e “estranhamentos” entre as pessoas de nosso convívio.

É bom ter amigos que te compreendem, mesmo quando não encontramos a palavra ideal, a frase ideal para dizermos o que andamos pensando. Muitas vezes, esses amigos até “traduzem”, nas palavras corretas, o que estávamos tentando dizer, mas não conseguíamos.

Outro dia estava com o Mocha no Belvedere. Ficamos alguns minutos de lá do alto, observando as luzes de Belo Horizonte. E eu disse a ele que, para mim, esta cidade tinha alguns donos: Miltão, Roberto Drummond, Lô, Fernando Sabino... E que, um dia, eu também seria um deles. O Mocha sorriu, e me deu apoio. E eu senti que ele não concordava muito bem com o que eu tinha dito, mas entendeu qual foi a minha intenção naquela, aparentemente, pretensiosa fala.

Depois fiquei refletindo, ao som do Lou Reed no carro, que eu tinha me equivocado um pouco. Não existe nenhum dono de BH. A cidade é de todos... E esse é talvez o grande barato das metrópoles. Elas são grandes demais, e diversas demais, para que alguém se aposse delas.

Na verdade, talvez se dê até o contrário. Eu, por exemplo, acho que embora o Milton more há muitos anos no Rio de Janeiro, ele nunca vai deixar de ser daqui. O Daniel Galera sempre será portalegrense. E Cortázar sempre foi portenho, apesar de nunca mais ter retornado a Buenos Aires depois do exílio. O lugar se entranha na gente. A força da terra é maior do que qualquer Gravidade. A palavra fenotipia é a que me ocorre nessas horas...

Então, temos que me expressei mal para o Mocha. Aqueles caras que citei no início do texto seriam antes intérpretes do que donos da cidade. De alguma forma, eles ajudaram a compreendermos melhor este lugar. Deram a nós um novo olhar sobre BH. E, às vezes até, formaram uma parte do nosso inconsciente coletivo. Eu, por exemplo, sempre sinto algo diferente quando passo pela Rua Ramalhete. Sem dúvida que isso não ocorreria, não fosse a maravilhosa canção do Tavito...

Não quero ser dono de nada. A minha vontade é de simplesmente deixar registrado o meu olhar sobre as coisas. E sei que tenho sensibilidade suficiente para alcançar o coração das pessoas se me propuser a isso. Sinto que tenho que levar Belo Horizonte, levar Minas Gerais para o mundo. De um jeito novo. De um jeito só meu de expressar, mas que todo mundo pudesse compreender e sentir.

10.3.09

Objetos

Desde que me mudei para o meu atual apartamento comecei a desenvolver uma relação especial com os objetos. A situação de ter um lugar que é meu, fez com que me afeiçoasse, indiretamente, à tudo o que está dentro dele.

Só que não é um tipo de afeição relacionado primordialmente à posse. Acho que o que mais me chama atenção é a utilidade de cada um dos objetos, e depois a sua beleza. Não existe um orgulho de posse, até porque não possuo nada de grande valor monetário. Apenas fico feliz com as minhas escolhas. É lugar comum que a gente dá mais valor às coisas que pagamos do nosso próprio bolso. Tudo bem, não discordo. Mas é mais que isso....

Em outras palavras, os novos objetos que vou adquirindo não estão lá por acaso. Eu, por meu critério e gosto, decidi que eles deveriam estar na minha casa. E isso cria um outro tipo de valor: um valor sentimental...

O outro lado da história, é que vejo que as minhas escolhas também fazem com que eu tenha responsabilidades. Aqueles adoráveis objetos que me servem de alguma forma (pela sua utilidade prática ou por sua beleza) também “exigem” uma contra-partida. E o que eles querem? Como eu, como você, como todo mundo, eles querem atenção....

Quanto mais presto atenção nas coisas que me cercam, vejo o quanto preciso cuidar delas. É essa a contra-partida. Os objetos também desejam ser bem cuidados. Se eu quero, por exemplo, uma determinada panela e a compro, ela vai exigir que eu a mantenha em perfeitas condições para que cozinhe bem para mim. Se eu quero me sentar confortavelmente em meu sofá, será necessário que eu o limpe diariamente e esteja atento à sua manutenção, caso seja necessário (algum reparo da estrutura, ou troca do estofado, etc.) E é ele, o sofá, que exigirá isso de mim... É como se a lei de ação e reação estivesse sendo aplicada sobre todas as coisas, sobre cada pequena coisa, 24 horas por dia...

Cada objeto tem a sua vida própria. E é preciso que nós o mantenhamos “vivo”. De que adianta um saca-rolhas para quem não bebe, um tênis perdido no fundo do armário, um rádio que nunca é ligado? O saca-rolhas quer sacar rolhas. O tênis quer “ser tênis”. Ou seja, quer que alguém ande com ele nos pés. E o rádio, quer que alguém gire ou aperte os seus botões e se alegre com as músicas que é capaz de reproduzir.

Uma casa onde tudo fica guardado é uma casa meio morta. Ela tem o ar pesado e lá a vida se arrasta. Este é um dos motivos pelos quais penso que acumular coisas não é algo muito legal. Se acho que preciso de novos interruptores, não vou entulhar os usados dentro de uma caixa, para abri-la daqui a dez anos e saber que tenho interruptores usados para alguma eventualidade. Acho que isto é uma certa forma de avareza. De apêgo demasiado. Se não preciso de algo, certamente há alguém que necessita. E, não vejo problema em jogar coisas “usáveis” no lixo, porque sei que serão aproveitadas por um outro.

Não quero com isso dizer que sou adepto do desperdício e da descartabilidade. Gosto de coisas que durem, que tenham uma boa qualidade e que cumpram o seu “papel”. Por outro lado, meu dinheiro, infelizmente, não brota no quintal. Então, não acho certo deixar que as coisas fiquem abandonadas e entulhadas dentro de minha própria casa. Acho um desrespeito para com elas e sinto que elas acham o mesmo.

Cada célula, de cada minúscula cabeça de alfinete, de cada linha costurada, de cada gota de tinta... Para mim, tudo está vivo... E assim tenho sentido o pulsar do Universo em cada canto onde ponho os meus olhos. Não me vejo como um ser superior, um homem que domina a Natureza, que domina o seu ambiente. Eu me vejo com alguém que participa de tudo e vive pequenas descobertas e incríveis interações, em todo lugar e a todo momento.

28.2.09

Vontade minimalista

Eu quero querer menos.

27.2.09

Eu, andarilho

Sigo subindo pelas montanhas. O caminho é acidentado e íngreme. Por muito tempo me perdi olhando para o chão, para que não tropeçasse pelas pedras no caminho. Mas agora aprendi a olhar para o alto e a contemplar toda a paisagem à minha frente.

Ainda aprendo com o Sol, com as folhas, com as águas e com os pássaros. Eles serão os meus companheiros de viagem.

Há, por certo, muito caminho a percorrer. Porém, cada passo será lembrado, e cada alvorecer será compartilhado. Com a palavra em solene descanso e o coração folgado em êxtase.

Os ventos soprarão em meus ouvidos cânticos de glória. Os meus passos serão firmes. E estarei a assobiar velhas canções, sorrindo para as rochas e cada dia mais próximo da Luz.

6.1.09

Stars

No fim de semana passado dei umas voltas com as minhas irmãs e uma prima pela noite da cidade. Chovia sem parar e os primeiros lugares que tentamos estavam fechados. Acabamos parando no Albano’s, onde apenas tomamos uns choppes e jogamos conversa fora...

A minha prima se chama Rachel. Ela é muito divertida e tão bonita quanto o seu nome indica. Bem mais jovem que eu, ela é estudante e ainda está em busca de seu primeiro emprego. E todo jovem sabe o quanto isso é difícil hoje. Eu mesmo fiquei 10 meses depois que me formei até conseguir um trabalho. Assim tem sido no Brasil e no Mundo. Mesmo em tempos do “espetáculo do crescimento” tão profetizado pela nosso Presidente e que, à custa de seu pífio desempenho na Economia, foi ironicamente rebatido pelo Sen. Jorge Bornhausen, ao dizer que o que se via, na verdade, era o “crescimento do espetáculo”.

O que esse trocadalho do carilho mostra é o quanto a grande mídia impõe ao público uma valorização da imagem e dos factóides sobre intrigas e arranca-rabos entre figuras públicas, em detrimento da discussão apropriada dos temas mais relevantes para o País. Dada a clássica falta de interesse e de consciência política do público, os “poderosos” da Comunicação se esbaldeiam em esvaziar os conteúdos da informação e “espetacularizar” a cobertura jornalística, hipervalorizando os dotes nada intelectuais de seus “garotos-propaganda”. Sejam eles políticos, mega-empresários, artistas ou esportistas, o importante para esses “famosos” é manter-se em evidência, mesmo que a notícia que se dê não seja exatamente para “falar bem” dos seus feitos...

Mas, enfim, o que isso tem a ver com a minha prima Rachel? O lance é que quando eu perguntei sobre quais eram os seus planos para 2009, a primeira coisa que veio à cabeça dela foi dizer que “queria ser percebida em todo lugar onde chegasse” (...) “Chegar arrasando!” como dizem as mulheres por aí... Eu e minhas irmãs rimos bastante e dissemos a ela que isso já acontece. Mas ela desdenhou, dizendo que isso só acontecia na nossa casa, com os parentes, e que “assim não contava”. Ela queria que a sua estrela brilhasse em qualquer lugar onde pisasse os pés.

Não deixo de ter uma certa empatia com ela nesse ponto. Acho que a maioria das pessoas quer ser reconhecida e valorizada. Faz parte da nossa auto-estima. Pode-se encarar isso também como pura vaidade. Sim, claro. Mas não há como negar que esse desejo, essa vontade existe... Freud, “aquele velho louco cheirador”, já explicava... E é por aí que a Mídia começa a exploração da imagem. Não vou me aprofundar muito sobre isso, porque já há outros que trataram desse assunto com muito mais propriedade, como Guy Debord, em Sociedade do Espetáculo, e Adorno, quando criou o conceito de Indústria Cultural, para citar alguns...

O meu ponto é justamente a identificação que tive com a minha prima naquele momento. Também há em mim essa vontade de reconhecimento. De valorização. E não só eu, mas como boa parte dos meus amigos também aspira esse tipo de coisa. A diferença é que não queremos que nos reconheçam apenas pela imagem. Não quero, não queremos ser bonecos que um canal de TV, um jornal, uma revista qualquer usarão por algum tempo para vender o seu produto e depois ser(mos) descartado(s) pela próxima “new face” que aparecer (E quero acreditar que a Rachel também não queira isso). A minha vontade é que me reconheçam. Mas pelo meu trabalho. Também como a Rachel, não quero ser percebido apenas no meu quintal, na minha rua, mas no Mundo... E para isso eu sei que terei de trabalhar muito! Acredito que apesar de toda a ditadura da superficialidade imposta pelos Canais de Comunicação, aqueles que se dedicam a fazer um trabalho decente e inovador, em algum momento alcançarão o justo reconhecimento pelo seu esforço. É nessa certeza que me firmo. E é com esse ímpeto que permaneço ao acordar a cada dia. É isso o que move...

16.12.08

Homo Perdidus

Dia desses eu estava caminhando ali pelos lados do Sion e Anchieta para chegar à Rua Joaquim Linhares. Esta rua faz esquina com a Av. Bandeirantes e eu fui me orientando por esse marco. Acontece que, fazendo isso, eu dei uma tremenda volta, e cheguei ao meu destino "botando os bofes pra fora", como diria o pessoal lá da minha terra.

Acreditei que, descendo do ônibus, ali na N. S. do Carmo com Rua Montevidéu, o melhor a fazer seria seguir esta última, subir a Av. Uruguai até bem pertinho da Bandeirantes e ir margeando esta avenida até chegar na Joaquim Linhares. Só que esse trajeto fez com que eu quase dobrasse a distância que tinha a percorrer. Eu não precisava subir a Uruguai, mas sim atravessá-la. Se fizesse assim, cairia direto numa outra rua que daria acesso muito mais rápido e direto ao meu destino.

O ponto é que é impossível para mim, como para qualquer outro ser humano normal, saber de cór as ruas e trajetos de uma cidade grande como Belo Horizonte. A gente se orienta por alguns poucos pontos de referência, que ajudam a nos localizar e deslocar. Acontece que, mesmo assim, nos enganamos com uma facilidade absurda quanto à exata localização destas referências. Particularmente para nós, machos, esse tipo de falha causa profundo desgosto...

Já é da nossa tradição (e quando digo isso, me refiro à Idade da Pedra) que consigamos ter uma boa noção de localização, porque era o homem que sempre saía para arranjar comida para si e para a sua prole. Então, ele simplesmente tinha que saber isso para poder voltar pra casa (ou pra caverna, como queiram) e alimentar a sua fêmea e os seus filhos. Isso de mulher poder ir e vir de lá pra cá é coisa recente, talvez de uns 100 anos pra cá. Ou seja, pelos milhares de anos acumulados de “saída para a caça”, os machos têm, instintivamente, uma maior desenvoltura para deslocamentos.

Porém, me parece que a vida nas cidades está fazendo com que toda esta experiência embutida nos nossos cromossomos Y esteja regredindo. O emaranhado urbano se tornou tão complexo, com tantas regras e orientações (leia-se sinais e placas de trânsito), que a capacidade natural do homem parece estar se perdendo, pois ele “não precisa” mais desta capacidade para se orientar. "É só seguir as placas"...

Às mulheres (perdidas ou não) sempre lhes foi concedido o dom de saber usar a boca muito melhor do que os homens. Então, o que era desvantagem, hoje em dia, já está quase virando handicap feminino. Achincalhando a moral dos machos por ter chegado a um determinado local mais rapidamente, usando o recurso eficaz do “pára e pergunta”... Mas acho que isso seria nos submetermos à uma estratégia que não é a nossa. Ou seja, ao abandono de uma habilidade milenar, uma das poucas que temos mais desenvolvidas do que as de nossas incríveis parceiras. Então, sem chance!...

Outra coisa: para mim, essas paradas de GPS, Navegador, satélite e o caralho de asas turbinadas não funcionam. Homem que é homem não precisa desses “brinquedinhos” para sair de casa. Apesar de djovem, para certas coisas, eu sou um cara bem antiquado... É possível que sujeitos como eu estejam caminhando para a extinção. Em breve, viveremos num Mundo onde precisaremos, vou frisar, “precisaremos” de aparelhos eletrônicos e dos veneráveis recursos e táticas femininas para chegarmos a algum lugar. Talvez isso seja reflexo de uma nova era. Ou, em outras palavras: “Esse Mundo tá acabano mêss’!...”

6.12.08

Catoblepas

Eu sempre acreditei nos meus sonhos. Que eles, por algum viés desconhecido, retratariam, sob certos aspectos, o que poderia ser o meu futuro.

O sonho em si é atemporal. Colhe elementos de todas as épocas e os embaralha de um modo especialmente estranho. Por vezes sonhei com pessoas e lugares que só conheceria anos depois. E estou certo de que isso não é uma ocorrência restrita a mim. Provavelmente você também já constatou o mesmo em algum momento de sua vida.

Entendo que as possibilidades do sonho são infinitas, mas elas decorrem diretamente das ações presentes. As decisões que tomo, as mínimas decisões, afetam todo o desenrolar das possibilidades oníricas. E eu acho que é justamente aí onde reside toda a sua riqueza.

O paradoxo dessa concepção é de que a constituição do meu ser é um processo simultaneamente autofágico e sinérgico. O meu “Eu futuro” alimenta-se das ações do meu “Eu presente”. E, posto que cada uma das minhas ações (decisões) admite, no mínimo, duas possibilidades, a da ação e a da não-ação, a soma da sequência dessas próprias ações é incalculável porque, a cada decisão minha, afetam-se todas as ações seguintes. Tornando o processo (o sonho), desta forma, uma sinergia em espiral tendendo ao infinito.

O que faz dos meus sonhos um Universo.
E, de mim, um Caminho.
Catoblepas!

29.11.08

Olhai os Lírios do Campo

Rufus,

às vezes tenho vontades meio malucas, tipo a de morar num quarto-e-sala, assim como você. O que mais me remete, ainda que existam muitos outros exemplos, é ao Pergunte ao Pó de John Fante. Mas ainda fico sem saber se isso seria uma tendência que eu tenho de me deixar levar pelo encanto do underground, desconsiderando os contras dessa situação extrema, ou se eu realmente me tornei maduro* o suficiente para ver que as posses não são capazes de trazer um sentimento de realização genuína.

É uma dúvida porque eu tenho o meu apartamento, e não me sinto exatamente realizado. Ele apenas me traz uma certa paz, enquanto posse. No sentido de que é uma garantia, saca? Uma coisa a menos pra eu me preocupar... Não é exatamente orgulho que tenho ao pensar no ap. Até porque eu contribuí com uma parcela menor para a sua aquisição. É como se fosse para mim uma dádiva, não uma conquista. E, sendo assim, não há uma realização pessoal** por sua posse, apenas um sentimento de gratidão.

P.S.:
* Maduro: concordo com o Daniel Galera, aplicar a palavra maduro a djovem é extremamente desconfortável, embora no momento não tenha encontrado outra para substituí-la.
**Realização Pessoal: a minha realização com o ap acontece na medida em que eu sou capaz de conservá-lo, e essa capacidade é a exata materialização da gratidão de que falei um pouco acima.

Black Mendel
Jah love protect us.

12.11.08

Not Adaptable

My world, excuse me, but you ain't quite adaptable to me.
I know that the're such a good things that you provide me, but, fuck! What's your problem with the poors, the honest people? Whose that ain't want to fuck anybody?
Just live your lives...

What are you became so hard, so complex, so uncomfortable, so weird?
People suffering! Innocents! Innocentes, do you know?
I don't know what do with you. I really don't know!
If you had a face, I'll bit on it until bleed...
Why do you leave these dirty Men dominates?
What kind of idiot would allow something like this?

3.11.08

Concept Four

I'm a young guy. Obviously, I still lack experience in many situations. I've tried to be attentive to every opportunity of Learning, and tried to reap the maximum of each experience.

To the extent that I take contact with the great men, with his ideas and, mostly, his attitudes, a value that has been revealed more and more important to me is the perseverance.

Some call it determinantion, others discipline, willpower, but I particularly associate it to faith. A man that at no time doubted of his magnanimity, his moral force, his ability to achieve his purposes, to this man I call persevering. The faith that he has in himself is like a rock. In each obstacle, each difficulty, in most terrible conditions, his faith ans obstination never let him out of the rails.

However, the persevering man is also humble. He knows of his greatness, and demonstrates it trough his work, leaving for fools the empty self-promotion. The result of their work is the biggest and best propellant for their achievements. And often, his victory means that other anonymous persons feel in that man the reflection of their own greatness.

22.10.08

Concept Three

The concept of Truth has been studied and built by philosophers and religious trough the centuries, even so nowadays persist like a great mistery for plenty of us. Perhaps because the Truth is something personal, or maybe 'cause we aren't prepared to accept it.

The search for the truth is constantly worring me. Despite the Truth changes during time and space, I feel that the need of Truth is not innocuos. Indeed, it became more and more necessary.

Between thought (from philosophy) and revelation (from religion), Truth will always be related with freedom. And this argument makes this discussion so interesting and important...

To me, somehow the truth is related with simplicity. When something simple suddenly hits you right in your heart, like the sound of a river down, like a mother kissing her child or a brother's missing letter sent to other far away... Truth makes Life lighter.

21.10.08

Concept Two

Why should I want to know about me? Why have I this urgent need?

Knowledge is the basis of Human Development in History. The main reason for our preservation and supremacy.

I should know more about myself and everything around 'cause this is a part of human self-preservation instinct. “I want to know.”: This is the first and the last thought of a Man ever. The soul of your anima.

20.10.08

Concept One

Art is the sensible expression of Beauty. The Beauty of things, sensations, emotions, ideas...The expression of yourself, of the world.

Express yourself: that´s the deal. Express yourself like a way to know yourself, to clean yourself, to show yourself, to die... and reborn.

Discovering another paralell being, but even true. Sometimes, more true than the original.

24.4.08

Sobre o Tempo

Ando sentindo o tempo. A sua presença, quero dizer. Como um ente atuante sobre o mundo físico. Mas não sobre os critérios conhecidos de um mensurador de etapas evolutivas do soma, ou de um parâmetro assombroso de decrepitude e indicativo de morte. Não. Uma nova percepção tem, aos poucos, se infiltrado em meus pensamentos. É como se ele, o tempo, estivesse se materializando diante dos meus olhos. Eventos passados e futuros se cristalizam em pequenas observações diárias.

Certamente alguém já deve ter teorizado sobre isso, mas o meu arcabouço de conhecimentos é demasiado pobre e a minha memória não é lá muito minha amiga. De modo que, o que digo aqui, pode ser fruto de experiências e conhecimentos acumulados, embora eu não vá saber citá-los, nem por um enorme esforço mental, nem por um chute despretensioso da intermediária... A minha rasa intelectualidade também não me permite usar do vocabulário adequado para o tema. Prometo, em outra oportunidade e se me permitirem, voltar a esta questão com mais propriedade. Por ora, tentarei apenas expor as idéias, sensações e intuições que tenho tido nas últimas semanas da maneira mais clara que puder (ou não).

Retomando o primeiro parágrafo, venho percebendo que os meus sentidos têm se aguçado recentemente e acho que estariam, de certo modo, se entrelaçando numa espécie particular de sinestesia. O que antes era apenas imagem, ou apenas paladar, torna-se algo mais completo, catalisando uma maior gama de sensações simultaneamente, criando em minha mente, relações com coisas outrora absolutamente desconexas. Pode ser que esse tipo de experiência sempre tenha havido, mudando agora apenas na intensidade da percepção. O que importa é que essas novas sensações estão centrando as minhas atenções e a minha curiosidade hoje. Venho tentando, de algum modo, organizar estas experiências de uma maneira inteligível para mim. E este texto é a primeira concretização viável desta tentativa, embora ela já venha me ocorrendo há alguns meses e exista uma possibilidade real de que qualquer tentativa de “racionalizar” estas experiências acabem por anulá-las.

Cada momento como esse (em que ocorre a interconexão de sensações, memória e tempo) é exatamente indescritível e, o que posso apresentar seria, simplesmente, uma tentativa de apresentação de cada componente do evento em separado, seguido das minhas considerações/alucinações posteriores àquele momento. Um pássaro que repula espevitado em seu ninho, por exemplo, pode instantânea e simultanemanete me remeter à brutalidade da Guerra do Vietnã, à rapidez da cor amarela, à pungência e esplendor de uma ópera de Verdi e/ou a uma queda de bicicleta na infância. O que mais me impressiona e intriga é com que clareza e naturalidade coisas tão distintas quanto essas adquirem, naquele instante, uma ligação evidente, como se todas dependessem umas das outras para se concretizar. Mas tão fugaz e ofuscante quanto um relâmpago, aquele evento se desmancha no tempo e espaço, deixando-me igualmente assombrado e deslumbrado. E eu fico a vagar por longos minutos em meus pensamentos e elucubrações.

À parte de minhas concepções/confusões religiosas, estas mega-epifanias, têm me proporcionado importantes momentos para reflexão sobre as grandes e eternas questões humanas: quem sou, de onde sou, para onde vou, o que devo seguir, ou mesmo, se devo seguir algo, sobre as consequências dos meus atos, etc. Acho que há alguma verdade que pretende revelar-se a mim por esses meios, algo que foge aos conceitos que fui condicionado a ter. Algo que, ao ser percebido, operará uma transformação profunda da maneira como vejo o Mundo. E assim, consequentemente, também transformará o modo como eu vivo sobre ele.

P.S.: É provável que este texto ainda não esteja pronto e que seja remendado em breve (depois de alguma outra mega-epifania, ou não).

25.3.08

Vida Nova

Quando a Páscoa chega sempre fico me perguntando que raios as pessoas esperam desse dia? Chocolates, a gente pode comprar e se empanturrar em qualquer dia! Por que esperar por esse Domingo do ano? Apenas para justificar um instinto consumista (como no Natal)?

O que as pessoas querem dizer com “Feliz Páscoa”? Algo do tipo: "Vai lá e se esbaldeie de Bacalhaoada e cerveja!"? Ou seria, "Que você ganhe um ovo de páscoa bem grandão e se entupa de serotonina e gordura saturada!"?
Não conheço ninguém que não tenha aguardado o feriado como um simples dia para descansar ou para emendar no fim de semana e “pegar uma prainha”!... Me parece que todas as datas comemorativas (incluindo as santas) perderam completamente o seu objetivo inicial. Agora servem somente para aliviar a pressão do trabalho ou da escola.

Fico intrigado, e um pouco preocupado até, porque estas datas não foram instituídas por acaso. E se elas têm um significado, um simbolismo, é porque isso seria, teoricamente, importante de ser mantido e transmitido para todos. Mas agora, tudo parece tão distante! Que sentido vemos nestas comemorações nos dias de hoje? Como distinguir a importância de um dia, de um evento, de uma figura histórica, se simplesmente adotamos todos estes dias como meros e pasteurizados “feriados”? Quem não já se pegou perguntando em alguma oportunidade: “Mas o feriado é de quê mesmo?”

Fica a impressão que é apenas uma justificativa mal-ajambrada para a oportunidade de colocar em prática a histórica e endêmica preguiça nacional. É uma pena, pois é óbvio que um povo que não conhece e reconhece a sua história (ou mesmo o seu sistema de crenças) perde muito de sua identidade.

E é justamente isso o que percebo ao meu redor. Vejo hordas de bípedes endinheirados devorando toneladas e mais toneladas de chocolate, crianças que não fazem a mínima idéia de que coelhos não fazem ovos e de que renas não voam, gente que enche o bucho de bacalhau num determinado Domingo do ano e de picanha em todos os outros, irmãos de sangue que se matam em uma simples discussão, madrastas torturando enteadas... E eu, pasmo, constato: eu não pertenço a este mundo! Eu não sou assim! Por que sou obrigado a suportar isso? Por que as pessoas querem que eu seja igual a elas? Mentindo, tramando, invejando, cobiçando, odiando, desprezando, desvirtuando, magoando... e fingindo... Fingindo que está tudo bem, que as coisas são assim mesmo, que a felicidade é isso, que tudo vai dar certo no fim (ainda que se tenha que passar por cima de um ou de outro), fingindo que não sabem que não são ninguém, que não há por onde fugir, que tudo não passa de uma grande merda de uma ilusão!

"Eu sou apenas um rapaz latino-americano, sem dinheiro no bolso, sem parentes importantes e vindo do interior." Tenho 30 anos, muitos sonhos, poucas ambições e já me cansei dessa vida...

15.2.08

O Segredo da Vida [por Paul McCartney]

Há sete níveis.

24.10.07

A Teoria dos Espelhos

Esta teoria surgiu num lugar onde as pessoas dançavam. Por dez contos, reuniam-se em um porão quente e pouco iluminado, com potentes caixas de som e um bar, onde se adquiria boa cerveja. Naquela noite, entretanto, mantive-me sóbrio. Assim como o meu amigo Moisés que me acompanhava.

Como é de praxe nesses lugares, era preciso gritarmos no ouvido um do outro para que pudéssemos trocar alguma idéia, alguma impressão sobre o que rolava por ali. Basicamente, sobre a música e as garotas do lugar. Rimos muito quando o Moisés me disse que "a loira" estava flertando com ele. E eu tive que desapontá-lo porque a azaração da loira era comigo. Mas enfim, como somos desgraçadamente tímidos, nenhum dos dois tomou qualquer iniciativa. E assim "a loira" foi embora lá pelas tantas, visivelmente desapontada, após dar vários foras nos outros caras que se arriscaram a dizer qualquer coisa em seu ouvido. Ela definitivamente queria um de nós dois...

Este duplo vacilo com a loira foi o contraponto divertido da noite ao peso das constatações que tivemos no observar a galera do local.
A empolgação era geral! Muitas e muitas cervejas e o DJ mandando ver em clássicos dos anos 80. Garotas e rapazes soltando corpo e voz, extravasando toda a tensão acumulada do "mundo lá fora", tentando esquecer por alguns instantes suas angústias, receios e problemas.

Mas o que eu vi, o que o Moco viu, não era bem isso. Ninguém se esquecia de nada! Cada rosto embriagado, cada corpo saltitante revelava, no fundo, uma tristeza e desapontamento rascantes. E quanto mais embriagado, quanto mais alto se cantava, quanto mais se desinibiam os passos, mais evidente era a melancolia daquelas pessoas.

Percebemos então, eu e o Moisés, que todos estavam ali para se encontrarem. Encontrarem, nem que fosse por poucos instantes, algo que pudesse libertá-los de toda a torturante dor que eram obrigados a carregar dentro de si. Uma dor acumulada, uma profusão de gritos, socos e gozos reprimidos pela "necessidade" de um bom convívio social. Como se fosse possível ali, num quase anonimato e num quase breu, tornarem-se, finalmente e paradoxalmente, eles próprios.

A evidência da melancolia se daria então no momento exato em que aquelas pessoas, na crescente excitação e êxtase propiciados pela embriaguez etílica e sonora, tinham o tão aguardado encontro com elas mesmas, quando poderiam, enfim, mostrar a todos o quanto eram seres "especiais" e merecedores de apreciação. Contudo, nada encontravam em si. Aquela explosão de existência prestes a acontecer convertia-se, instantaneamente, num passo para o vazio. Ninguém percebia coisa alguma de especial no outro. A não ser [para alguns poucos de clara visão] uma assombrosa constatação de que todos ali eram reflexos uns dos outros. Em cada brinde, em cada verso cantado junto, em cada passo desensaiado, a mesma busca e o mesmo desencanto. Os olhos de todos e de cada um eram como espelhos. Todos se viam refletidos. E todos eram tristes...

Assim constatei na minha sóbria observação. E é estranho pensar que pouca gente está preparada para essa "ousadia do encontro". Daí tem-se mais um paradoxo: é, ao mesmo tempo, uma busca e uma fuga. E que, prestando-se a devida atenção, tendem a convergir para um mesmíssimo ponto: a verdade.
A verdade de sempre. Aquela que, naturalmente, nos escapa e nos persegue...

1.5.07

Constatação Estética Óbvia

O clássico é o que há de mais moderno.
E sempre há de ser.

15.9.06

Mais do mesmo

Conversávamos eu e o Carcamano sobre um curta que ele tinha assistido, Glaubirinto, com diversos depoimentos sobre pessoas que conviveram com Glauber Rocha. Lá pelas tantas, ele me descreve o [anti] depoimento comovido [e comovente] de Jards Macalé. Então surgiu o microdiálogo que segue [da maneira como eu me lembro dele]:

Ogro: "Parece que existem pessoas que vivem mais do que a gente. Não no sentido de tempo cronológico, mas de quantidade de vida mesmo. Como se elas pudessem viver mais de uma vida ao mesmo tempo. Como se elas fossem pessoas multiplicadas... É como eu vejo o Glauber... Ele era capaz de ser vários ao mesmo tempo. Enquanto que pessoas como nós só conseguem ser uma pessoa por vez. A nossa mutliplicidade nos seria insuportável."

Carcamano: "Porra, Mendel, assim você acaba comigo!"

Ele sorriu, tomou o seu último gole de Almadén e então mudamos de assunto...