14.8.09

Era um vez um homem que encontrou uma chave perdida em suas entranhas

Um espírito me tomou na última terça-feira. Ando tendo vertigens. E aquele tique nas pernas ao sentar. Como se fosse um telegrafista maneta... Tenho visões do futuro. Estalo os dedos. Canto. Assobio. Falo sozinho. Palavrões. Muitos palavrões. E fico saltitando. Elétrico e inalcançável. Como os grandes: Sugar Ray, Ali, De La Hoya...

A minhão visão embaça e desembaça a cada vinte segundos. Rio das minhas próprias frases. E as lágrimas me correm com frequência. Uma comoção tremenda de não sei o quê... Mas é bom! Riso e choro ao mesmo tempo.

Me olho no espelho. Vejo um chimpanzé. Um poeta. Um bandeirante. Acho que nunca tinha realmente me visto no espelho antes. Deixei de ser vampiro. Agora sou o Sol. E o meu dia amanhece. Cada minúscula fresta recebe a minha luz. E vou desvirginando, enfim, a minha América particular.

Sou pedra, pássaro e riacho. Eu sou o som e a ausência. Bile e sinapse. Meus dedos apontam para o alto, meus olhos alimentam-se de indolência e velocidade, e o meu coração faz tremer toda a terra.

Um comentário:

katine walmrath disse...

sublime.
muito gostoso.
forte, forte.
abalou.
:-)