12.9.06

A Coisa coisando por aí...

A coisa numa formiga por entre nossos dedos. A coisa numa euforia infantil ao ver o sonzinho comprado. A coisa plantando bananeira. A coisa genialmente coisa em Space Oddity. A coisa nas conversas à luz de velas no quartinho punk. A coisa com Ed cantando Adoniran. A coisa nos deliciosos bifes do Cloquet. A coisa em Dona Binho levantando para fumar um cigarro e voltar a dormir logo em seguida. A coisa insuportavelmente coisa nos gritos de Gal em Vapor Barato. A coisa nas incríveis histórias de uma mulher vitoriosa. A coisa nos animados brindes ao som de Yellow Submarine. A coisa no Tu do Eu. A coisa nos textos de Ms. Walmrath. A coisa num: "-Ahn?... Quê?... Colorado!?... Campeão!?". A coisa ao tomar café ouvindo a canção nº 4. A coisa na boca hipnótica. A coisa na vovó ao me confessar saudades. A coisa eternamente coisa na voz de Miltão. A coisa inimitavelmente coisa numa inimitável cara de Eldo. A coisa no silêncio para a canção saideira. A coisa na melancólica lucidez de Hank. A coisa no Mineirão. Leo Cohen coisando a coisa sem parar. A coisa no abraço fraternal de Rodrigão. A coisa na pontuação peculiar e nas ternas putas do Mirisola. A coisa no coração de Marião. A coisa sem meio termo. Por nome Elis. Por nome Morte. A coisa por nome Deus. Por nome Epifania. A coisa por nome Iluminação. Por nome Coisa. A coisa por nome Amor. A coisa por todos os nomes. A coisa sem nome.

P.S.: A Coisa foi descrita pela primeira vez como "A Coisa" por Neal Cassidy [vulgo, Dean Moriarty] ao presenciar um solo incandescente de Charlie Parker.

4 comentários:

Anônimo disse...

Você sempre me deixa meio coisa.

Anônimo disse...

que COISA... ;)

katine walmrath disse...

Ora, ora, o que dizer em dias de absurdo silêncio?

Mendelson disse...

Às vezes o silêncio me diz tudo o que preciso ouvir.