
Francisco Brennand é um artista plástico pernambucano. E, aos 81 anos, continua trabalhando em sua Oficina no bairro da Várzea em Recife, onde encontra-se também uma espécie de Museu, com mais de 1.700 peças de suas fabulosas esculturas em cerâmica.
Ao observar os desenhos, pinturas e esculturas de Brennand, entretanto, vejo um artista atemporal e que não se deixa limitar por fronteiras de orientação regionalista ou nacionalista. O mito é o seu alimento, seja ele clássico (como em Diana Caçadora), medieval (Joana D’arc), ou moderno (em Maria Antonieta). O artista colhe do trágico e do fantástico a sua carga monumental de beleza, moldando de forma surpreendente a união do sublime e do grotesco.
O que também chama a atenção em Brennand é o inegável caráter totêmico de suas esculturas. O sagrado assume-se sob formas fálicas e a sexualidade é remontada em seus primórdios: de rito, sacrifício e reprodução. O erotismo não cabe, pois a Civilização que o criou está perdida. Para Brennand, a condição do Homem, apesar de todas as suas aptidões e capacidades intelectuais, é de um fatalismo inescapável. E a fusão brutalidade/harmonia que resulta de suas espantosas obras é reflexo contudente do destino grandioso e terrível que vem sendo traçado por nós, Humanos, desde os tempos mais remotos até a nossa prevísivel e, no entender de Brennand, breve extinção.
Um comentário:
Fico me perguntando até que ponto se trata de uma comunicação consciente...
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