18.12.08

O Guarda-Chuva


Quem sabe me dizer, sem pestanejar, qual é o plural de guarda-chuva? Ficou na dúvida? Esta é só uma das questões que nos afligem quando vem a época de chuva e entra em cena esta "grande invenção da humanidade"..

Vamos a alguns exemplos: quando você está para sair de casa e forma-se aquele céu carregado, não me diga que não pensa: "levo o guarda-chuva ou não levo?" (...) "Se chover fraquinho, beleza! Estarei a salvo... Se for um pouco mais forte, tudo bem. Vai molhar só a barra da calça. Quando chegar em casa eu ponho na máquina... Agora, se cair um toró daqueles, daí vou ter que ficar debaixo de uma marquise qualquer, porque o fedaputa do guarda-chuva tá meio quebrado!" (...) "E tem sempre aquela gotinha que fica caindo bem em cima do meu nariz, que eu procuro, procuro, e não vejo buraco nenhum!" (...) "Isso quando a porcaria do botãozinho cisma de não abrir o guarda-chuva e eu fico lá apertando, apertando que chega a doer o dedo! Malditos chineses!"...

Mas pode ser que não chova. Daí pensamos: "Eu tenho que ficar carregando esse trambolho pra cima e pra baixo! Não sei pra quê que eu fui comprar essa barraca ambulante! Podia ter deixado em casa" (...) "Olha aí, o Solzão que tá fazendo! Só esperou eu sair de casa com a porra do guarda-chuva na mão pra aparecer!" (...) E todo mundo te olhando torto na rua e pensando: "por que é que esse Manezão ainda tá com o guarda-chuva na mão? Era tão óbvio que não ia chover!"...

Ou pode acontecer exatamente o contrário: você sai carregando o dito cujo e, de repente, começa uma garoa. Naquele momento, a gente fica calculando se seria a hora ou não de abrí-lo. Mas sempre tem alguma mãe, namorada, esposa, irmã ou qualquer outro equivalente do sexo feminino que se antecipa e lhe repreende: "Vai ficar aí nessa chuva de molhar bobo?". Então, você abre o guarda-chuva, com uma cara de bobo que surge naquele exato instante, e que todo mundo na rua, constrangedoramente, passa a reparar...


Mas não é só isso! Veja que quando está chovendo no Centro, as pessoas ficam muito mais atarantadas do que de costume. Se esgueiram, se abaixam, correm, trombam, é sombrinha subindo, guarda-chuva descendo, abrindo, fechando, esbarrando na cara dos que passam... E quando a água começa a descer um pouco mais forte, aqueles que estão com as sombrinhas abertas são os primeiros a correr pra debaixo das marquises!?!?!... Enquanto os que não tem, saem xingando pelo meio da rua os outros "espertinhos"...

Outro problema é onde colocar o guarda-chuva molhado. Se tem algum canto pra deixar ele aberto no trabalho ou na escola, ok. Mas há lugares em que não tem como fazer isso e a gente tem que ficar com aquela coisa pingando no seu sapato, molhando a sua mão, a sua roupa... Ou então, você o encosta em algum lugar e, simplesmente, o esquece!... Acho que o guarda-chuva só não é mais perdido do que Caneta Bic... Só no ano passado eu perdi três! Fico olhando para algumas pessoas que têm o mesmo guarda-chuva por anos e anos e me perguntando: "Como pode?... Não é possível! Esse cara deve ter algum segredo!" (...) Não importa o tamanho, grande ou pequeno, eu sei que ao comprar, vou perdê-lo em, no máximo, três semanas...

É por isso que esse ano eu decidi: não compro mais guarda-chuva. Se tiver que molhar, que molhe! É um problema menor, perto dos transtornos que este objeto infame causa na minha vida e na vida das pessoas.

P.S.: Nem precisava dizer que para os homens, há pelo menos uma coisa no guarda-chuva que não incomoda: ele é sempre preto. E garanto que todos os senhores de respeito estão supersatisfeitos com essa falta de opção.

2 comentários:

Lekso disse...

Você tem andado inspirado, bicho!...

Ruy disse...

Comigo acontece pior: se levo guarda-chuva, não chove. Se não levo chove assim que saio na rua. Parece desenho do Pato Donald !