Há 11 anos eu encomendei um CD numa loja que hoje já não existe mais. Ela ficava lá no Montes Claros Shopping. Eu cursava a faculdade e há poucos meses tinha conseguido um estágio no próprio shopping.
Eu e o Leandro, meu bom amigo, torrávamos quase toda a pouca grana que a gente ganhava em CD’s. O MP3 ainda levaria mais um tempo para virar a febre que é hoje. A gente curtia mais ou menos as mesmas coisas, trocávamos muitas idéias sobre música e aumentávamos a nossa coleção a cada mês.
Voltando ao CD encomendado, por mim e pelo Leandro, inclusive, só sabíamos da existência dele pela avalanche de elogios que vinha recebendo de todas as publicações especializadas do mundo inteiro. Comprei o CD, portanto, sem tê-lo ouvido previamente. Nem mesmo conhecia qualquer outra canção daquela banda. Simplesmente acreditei nas críticas que aquele era, sem dúvida alguma, o lançamento da década. O nome do disco era OK Computer. E a banda chamava-se Radiohead. Assim que chegou a encomenda, logo fui para casa ouvir a tal “obra-prima dos anos 90”. Botei os meus fones, me deitei no chão da sala, apertei o Play e...
...Uaaaaahhhhhh! Fui abduzido! Aquele som era tão inacreditável que parecia ser de outro planeta! Fiquei tão estupefacto, que mal pude balbuciar duas palavras quando a minha irmã, depois que ouvi todo o CD e tirei os fones, me perguntou o que eu tinha achado... Não havia nada igual! Nenhum parâmetro!...
Quando os ecos do suicídio de Kurt Cobain ainda deixava cambaleante e sem rumo este velho moribundo chamado Rock n’ Roll, surgiram, do nada, uns ingleses branquelos e sem muito apelo, e criaram aquele monumento fantástico! Um marco reconhecido imediatamente pelos apaixonados pelo rock e pela música em geral. E que transportou os meus ouvidos e os do mundo inteiro para além dos limites que sequer poderíamos haver vislumbrado até então...
Agora, depois de todo esse tempo, confirmaram-se, finalmente, os primeiros shows do Radiohead no Brasil. Trazendo a turnê de seu último álbum, In Rainbows, para os palcos do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Por mais de 10 anos escutei a voz única de Thom Yorke, a criatividade torrencial de Colin Greenwood e cia., e sonhei com o dia em que poderia presenciar a última grande banda de rock ao vivo...
Esse dia está chegando: faltam pouco mais de 4 meses.. Já garanti os meus ingressos. E também os meus melhores amigos. E ao imaginar o que será este show, lembrando o que representa esta banda, as suas brilhantes composições, como Karma Police, I Might Be Wrong, High and Dry, Creep, Pyramid Song, Paranoid Android, e muitas outras, confesso que fico bem emocionado...
E eu estarei lá, cercado de amigos e sob a proteção de Jah...
E será putamente sensacional!
9.12.08
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2 comentários:
Caro Djovem!
Aproveito, antes de mais nada, para fazer mais um registro público-virtual do meu cumprimento pelo dia de seu aniversário! Felicidades, cara!!!...
Bom, minha história com esta banda começou pela contra-mão, como a de milhões pelo mundo! noutro dia explico como foi num blog qualquer e aviso a todos, acho que merece um registro! pois hoje posso dizer que elevo o Radiohead aos mais altos patamares de expressão artística que conheço e figura sem dúvida no meu selecionadíssimo hall das preferidas de todos os tempos!!!...
Ah!...e gostei mais ainda do seu texto por ter citado o nome de Colin Greenwood!!!...(é um puta colaborador na montagem dos arranjos, para achar os efeitos mais aterradores e até para as questões gráficas)...gde músico, gde cara! como todos os outros!!!
Redão
Rapaz, adorei o novo visual do ogrolância. Salve Jah!
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