Quando uma dia quiseres partir,
não deixes que o silêncio
anuncie isto por ti.
Os teus olhos já sentenciam
a vontade iminente.
E o coração sufocado em lamentos,
por não quereres ferir-me.
Mas quanto tempo levei
para perceber das tuas intenções!
Tantas indas e vindas!
Tua angústia postergada;
minhas interrogações multiplicadas...
Saiba, senhora, que
se a palavra fere,
também apazigua.
E se te calas, isto
não subtrai o teu penar.
Pelo contrário, afia-lhe mais
a impiedosa lâmina.
Não te preocupes, portanto.
Meu coração está vazio...
Apesar dos teus encantos,
tu jamais o preencheste.
Pois também eu, desde o princípio,
soube que era efêmera esta chama.
Falo-te, antes por apreço
que por necessidade:
Cede ao ímpeto dos teus pés,
que já apontam para outro Norte.
Nada me deves, a não ser
tua verdade errante e leve.
19.4.07
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6 comentários:
Muito bom, uma das 1001 formas de amar. O amor segue em muitas ocasioãoes e despedidas, e a cada amor, um diferente vazio a ser preenchido, entendido, e se preciso enterrado!
Eu vi, apesar da despedida, beleza, leveza e paz. Só vc pra juntar as coisas assim!
Bjos
Achei lindo: "Nada me deves, a não ser tua verdade errante e leve." Perfeito.
Lindo texto!
Apesar de triste...
Ao ler este poema, senti no fundo da alma às suas palavras. E o sentir, vale mais do que palavras, que ao certo, não sei se eu saberia colocar aqui!
Beijo;
Amelinha
Tocante...
Cara, Juro pra vc que este tá do nível de Dylan
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