A despeito de um comentário irônico que fiz outro dia, causando uma certa exacerbação, travei este diálogo com Lili Marlene, principiando por dizer-lhe que, obviamente, aquela afirmação era em tom de brincadeira. Entretanto, Lili Marlene, com todo aquele jeito Lili Marlene de ser, tenta então me implicar no crime de Ato Falho:
Lili Marlene: "É, mas toda brincadeira tem um fundo de verdade..."
Ogro: "Você acha mesmo?"
Lili Marlene: "Claro! A pessoa fala brincando, mas tem uma verdade por trás do que ela disse."
Ogro: "É, pode ser. Mas é uma verdade que ela nega, porque ri daquilo."
Lili Marlene: "Como assim?"
Ogro: "Se alguém brinca com algo que em tese seria verdade é porque já a superou. Era alguma coisa que valia para esta pessoa, mas que já não vale mais. Então, ela é capaz de brincar com aquela verdade."
Lili Marlene: "É, acho que tem razão. Talvez seja uma verdade que a gente nega..."
Ogro: "Acho que mais superada do que negada. Era verdade, mas deixou de ser. E talvez deixe mesmo de ser no exato momento em que rimos dela."
Diante de tanta perspicácia, Lili Marlene desconversa resignadamente [ou resigna-se desconversadamente] mudando de assunto...
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Um comentário:
Só Freud na causa...
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